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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Apesar dos constantes contratempos e discussões públicas entre os membros do Mercosul, o comércio dentro do bloco está crescendo e deve somar US$ 41 bilhões neste ano, de acordo com o embaixador do Brasil na Argentina, Enio Cordeiro. Isso em comparação a um comércio de US$ 9 bilhões em 2002 e de US$ 4,5 bilhões em 1991, quando o bloco foi criado.
"Felizmente, o Mercosul está mostrando muita vitalidade", disse Cordeiro, acrescentando que o objetivo do bloco é tornar-se uma área de livre comércio e um mercado comum dentro de quatro anos. Segundo o embaixador, a maior parte do comércio ocorre entre o Brasil e a Argentina e, recentemente, as empresas brasileiras investiram mais de US$ 10 bilhões no país vizinho, enquanto os argentinos investiram US$ 4 bilhões no Brasil.
No entanto, como em muitos relacionamentos, a união entre os dois países às vezes passa por obstáculos. Executivos de redes de supermercado da Argentina afirmaram recentemente que o secretário de Comércio, Guillermo Moreno, pediu em uma reunião que essas empresas parassem de importar alguns produtos do Brasil e de outras nações.
Segundo os importadores, Moreno espera com isso estimular um superávit na balança comercial argentina. O pedido, no entanto, nunca foi formalizado, o que permite à presidente do país, Cristina Kirchner, afirmar que não há restrições à entrada de bens brasileiros. Cordeiro disse que esses obstáculos são algo normal dentro das negociações comerciais.
"Todas as vezes em que há comércio entre dois países, haverá conflitos", avaliou. "Eu não dramatizaria esses conflitos. Isso não é um problema. Seria um problema se não tivéssemos a disposição para resolver conflito, e nós temos essa disposição." Ele acrescentou que o comércio entre Brasil e Argentina cresceu 50% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado.
Embora os dois países tenham resolvido diversas disputas ao longo dos últimos anos, o Mercosul como um todo encontra dificuldades para chegar a um consenso sobre regras alfandegárias comuns - pré-requisito para a criação de uma verdadeira área de livre-comércio. "Não acho que será possível concluir um acordo sobre um código aduaneiro na reunião de cúpula", que ocorrerá nos próximos dias, afirmou Cordeiro. "Isso levará mais tempo." As informações são da Dow Jones.