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Comediante francês é condenado por piada com Charlie Hebdo

Dieudonné foi considerado culpado de calúnia ou comentários antissemitas sete vezes, e suas apresentações foram proibidas em algumas cidades


	Homem segura Charlie Hebdo: tribunal parisiense condenou Dieudonné M'bala M'bala a uma sentença suspensa de dois meses de prisão
 (Pascal Guyoy/AFP)

Homem segura Charlie Hebdo: tribunal parisiense condenou Dieudonné M'bala M'bala a uma sentença suspensa de dois meses de prisão (Pascal Guyoy/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de março de 2015 às 11h39.

Paris - Um comediante francês foi considerado culpado de conivência com o terrorismo nesta quarta-feira devido a uma piada em sua conta no Facebook após os ataques islâmicos que mataram 17 pessoas em Paris em janeiro, mas se livrou de uma possível pena de prisão.

O tribunal parisiense condenou Dieudonné M'bala M'bala a uma sentença suspensa de dois meses de prisão. Ele correu o risco de pegar sete anos de cadeia e a pagar uma multa de 100 mil euros.

Dieudonné –multado várias vezes pelas cortes por seu discurso de ódio– escreveu no Facebook poucos dias após o atentado que se sentia “Charlie Coulibaly”.

A frase foi um trocadilho com o onipresente slogan “Je Suis Charlie" (Eu Sou Charlie), em solidariedade aos cartunistas assassinados do semanário satírico Charlie Hebdo, e o nome de um dos autores dos ataques na capital francesa.

Amedy Coulibaly matou um policial durante um dos ataques e quatro judeus em um supermercado judeu que invadiu e onde fez reféns.

Dieudonné foi considerado culpado de calúnia ou comentários antissemitas sete vezes, e suas apresentações foram proibidas em algumas cidades por serem vistas como ameaças à ordem pública.

As autoridades dizem que ele deve milhares de euros em multas relacionadas a condenações passadas.

O comediante, que insiste não ser antissemita, tem a reputação de ter inventado a “quenelle”, gesto que críticos dizem ser semelhante a uma saudação nazista invertida.

Dieudonné publicou seu comentário no Facebook na véspera de uma grande marcha pública de solidariedade em Paris na qual mais de 3,7 milhões de pessoas, muitas carregando cartazes com os dizeres “Je Suis Charlie”, homenagearam os jornalistas, policiais e comerciantes mortos pelos atiradores islâmicos.

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