Lausanne - A rodada de negociações nucleares entre Irã e Estados Unidos começou nesta quinta-feira em Lausanne, com o objetivo de alcançar nos próximos dias um acordo marco que limite o programa nuclear iraniano em troca do alívio das sanções econômicas.

Nesta primeira reunião participam os chefes da diplomacia dos EUA, John Kerry, e do Irã, Mohamad Javad Zarif, assim como a diretora política do Serviço de Ação Exterior da União Europeia, Helga Schmid.

Também participam, como responsáveis dos vários detalhes técnicos de uma negociação desta natureza, o diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali-Akbar Salehi, e o secretário de Energia dos Estados Unidos, Ernest Moniz.

Na semana passada, estes mesmos responsáveis políticos mantiveram quase uma semana de intensas negociações, que interromperam há seis dias com o acordo de voltar a se encontrar hoje para tentar fechar os temas pendentes.

Esta rodada se inicia sem calendário preciso, mas com 31 de março como prazo para chegar a um entendimento político sobre as medidas a adotar para garantir que as atividades nucleares do Irã não poderão ser desviadas para fins militares.

"Achamos realmente que podemos alcançá-lo para dia 31. Vemos o caminho para isso e penso que não teríamos dito isto nunca antes da última rodada", declarou um negociador americano pouco antes da chegada de sua delegação à Suíça.

O Irã negocia um acordo final sobre seu programa nuclear -baseado no memorando de entendimento provisório assinado no final de 2013- com um grupo de seis potências: EUA, França, Reino Unido, Rússia e China (membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU), além da Alemanha.

Segundo explicaram fontes que participam das negociações, qualquer acordo político que seja alcançado nos próximos dias deve abranger de alguma maneira os elementos mais importantes de um acordo final, para o qual se tem prazo até 30 de junho.

Esses elementos tem a ver com as instalações de enriquecimento de urânio e produção de plutônio do Irã, o nível de pesquisa e desenvolvimento nuclear que é permitido manter, e os processos de inspeções e verificação por parte da Agência Internacional de Energia Atômica.

"Estamos falando do aumento da transparência, além do que estabelecia o memorando de entendimento provisório, e através de todo o ciclo de vida do urânio", indicou a fonte ocidental.

"Transparência e vigilância são a maneira como se pode ter certeza que as coisas não estão sendo tiradas de uma instalação (nuclear) declarada a outra não declarada", acrescentou.

Do lado dos interesses do Irã, o acordo político deverá especificar a forma como serão levantadas as sanções que comprometem suas relações financeiras e comerciais principalmente com a União Europeia e Estados Unidos.