Mundo

Começa no Reino Unido corrida por sucessão de May

A dirigente conservadora deixa para seu sucessor a árdua tarefa de implementar a saída da União Europeia (UE) em um país dividido sobre esta questão

Theresa May: premie se emocionou ao anunciar que renunciará ao cargo (Leon Neal/Getty Images)

Theresa May: premie se emocionou ao anunciar que renunciará ao cargo (Leon Neal/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 25 de maio de 2019 às 12h14.

Os candidatos ao cargo de premier do Reino Unido entram neste sábado na corrida pela vaga dispostos a lidar com a complicada questão do Brexit, depois que Theresa May anunciou sua demissão.

Matt Hancock, ministro da Saúde, anunciou nesta manhã sua candidatura. "Precisamos de um líder para o futuro, não apenas para agora", publicou no Twitter.

"Implementarei o Brexit. Depois, avançaremos para o futuro radiante que devemos construir para o Reino Unido", afirmou, acompanhando suas declarações da hashtag #LetsMoveForward (#Avancemos).

A dirigente conservadora deixa para seu sucessor a árdua tarefa de implementar a saída da União Europeia (UE) em um país dividido sobre esta questão. O novo líder terá que renegociar um acordo com Bruxelas, depois que os deputados rejeitaram o alcançado por May, ou optar por uma saída sem acordo.

May anunciou ontem que deixará oficialmente o cargo em 7 de junho, e expressou um "profundo pesar" por ter fracassado em concretizar o Brexit. Ela garantirá a transição até que os cerca de 100 mil membros do Partido Conservador elejam, até 20 de julho, um novo líder entre os candidatos selecionados pelos deputados tories, que se tornará o próximo chefe de governo.

Luta de dois meses

O anúncio marca o início de uma luta de dois meses pelo poder. Boris Johnson, 54, sequer esperou a declaração da premier para anunciar sua candidatura ao cargo.

Grande favorito das apostas, o ex-chanceler e ex-prefeito de Londres foi um dos responsáveis pela vitória do Brexit em um referendo.

O ministro do Desenvolvimento Internacional, Rory Stewart, e a ex-ministra do Trabalho Esther McVey também anunciaram suas candidaturas. O titular das Relações Exteriores, Jeremy Hunt, indicou ontem que o faria "no momento oportuno".

Em visita à Suíça ontem, Johnson declarou que, se chegasse a premier, buscaria renegociar o acordo de May com Bruxelas, mas estaria "disposto a sair" sem um acordo.

Rory Stewart, em troca, declarou à rádio BBC4 que "não poderia servir um governo cuja política é empurrar o país para um Brexit sem acordo".

O deputado trabalhista Chris Bryant estimou que se o futuro premier optar por um divórcio duro da UE, "terá o mesmo destino de May, mas seria uma questão de semanas ou meses, não de anos".

Renegociação?

O próximo chefe de governo enfrentará as mesmas lutas de poder na Câmara dos Comuns, com os trabalhistas como principais opositores, já que sua chegada não está condicionada a novas eleições legislativas.

"A questão é se um novo premier poderá se encontrar com os 27 da União Europeia e obter um acordo diferente, mais atraente para o Parlamento", disse o professor de política pública na London School of Economics Tony Travers.

A Comissão Europeia antecipou que a saída de May não mudará em nada a posição dos 27 sobre o acordo do Brexit. "O acordo de retirada não está aberto a renegociação", afirmou o premier holandês, Mark Rutte.

A dirigente alemã, Angela Merkel, mostrou-se mais flexível e prometeu trabalhar por um "Brexit ordenado".

Tudo sobre o Brexit

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoUnião Europeia

Mais de Mundo

Trump escolhe Howard Lutnick como secretário de Comércio

Ocidente busca escalada, diz Lavrov após 1º ataque com mísseis dos EUA na Rússia

Biden se reúne com Lula e promete financiar expansão de fibra óptica no Brasil

Xi Jinping defende ações da china para desenvolvimento sustentável no G20