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Começa contagem regressiva para os Jogos de Inverno de Sochi

Tensa contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi começou nesta terça

Anéis olímpicos na Rússia: esporte passou, por enquanto, a um segundo plano e a segurança se transformou na prioridade para o país (Maxim Shemetov/Reuters)

Anéis olímpicos na Rússia: esporte passou, por enquanto, a um segundo plano e a segurança se transformou na prioridade para o país (Maxim Shemetov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 07h31.

Moscou - A tensa contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi começou nesta terça-feira faltando apenas um mês para sua abertura entre estritas medidas de segurança após os dois atentados suicidas que estremeceram a Rússia no final de 2013.

O esporte passou, por enquanto, a um segundo plano e a segurança se transformou na prioridade para o país anfitrião após a morte de 34 pessoas nos dois atentados cometidos em um prazo de 24 horas em 29 e 30 de dezembro na cidade de Volgogrado.

Apesar de faltarem ainda quatro semanas, o Serviço Federal de Segurança (FSB, antigo KGB) fechará o acesso por terra e mar ao município de Sochi, ao qual só poderão chegar veículos com registro local ou credenciamento olímpico.

Além disso, hoje mesmo entraram em serviço todas as unidades (23 mil efetivos) do Ministério para Situações de Emergência que serão encarregadas de garantir a segurança de esportistas e torcedores entre 7 e 21 de fevereiro.

'Vigiaremos todas as instalações. Funcionará um sistema de controle espacial. As medidas de segurança durante os Jogos de Inverno serão de nível mundial', afirmou Vladimir Puchkov, ministro de Emergências.

A isto se somarão 42 mil agentes da polícia e 10 mil efetivos do Ministério do Interior, os sistemas de mísseis antiaéreos Pantsir que vigiarão os céus e os navios da Marinha que eliminarão qualquer ameaça que provenha do Mar Negro.

Embora a guerrilha islamita do Cáucaso tenha ameaçado abortar os Jogos, não passa pela cabeça dos organizadores um possível adiamento dos Jogos, que já são os mais caros da história, com um custo previsto de US$ 50 bilhões.

O presidente russo, Vladimir Putin, assistiu no sábado ao ensaio da cerimônia de abertura no Estádio Olímpico Fisht, cujos detalhes, como é tradicional, são mantidos em um absoluto segredo.

Além disso, o líder do país comprovou pessoalmente o estado das pistas de esqui de fundo e de biatlon em Krásnaya Polyana, e também disputou um partida de hóquei sobre gelo no pavilhão Bolshoi junto a uma equipe de velhas glórias.


Putin também teve tempo de visitar o centro habilitado para os meios de comunicação e vários complexos hoteleiros, e tomou o trem para inspecionar o parque olímpico, que se encontra perto do litoral.

Putin, um grande amador aos esportes de inverno, viajou para Sochi após efetuar uma visita surpresa no primeiro dia do ano a Volgogrado, antiga Stalingrado, para render memória aos falecidos nos atentados.

O que parece que não dará problemas aos organizadores é a falta de neve, já que estes armazenaram 16 milhões de metros cúbicos, em previsão que as temperaturas sejam altas demais.

Além de clássicos depósitos e dos caminhões que recolhem a neve que cai dos picos das montanhas da zona, existem centenas de canhões junto às pistas que aproveitam a água dos lagos para fabricar neve.

Por enquanto, este inverno é dos mais cálidos na parte europeia da Rússia e em Moscou as temperaturas quase não passam dos zero graus há semanas.

O que também parece ter passado a um segundo plano é o possível boicote por parte de alguns dirigentes políticos ocidentais contra a Rússia por suas políticas homofóbicas.

'O objetivo da competição não é que 20 ou 30 líderes venham à cerimônia de abertura', assegurou Aleksandr Zhúkov, presidente do Comitê Olímpico Russo.

De todas formas, o Kremlin já não tinha esperanças de que os presidentes dos EUA, Barack Obama; França, Françoise Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, viajassem ao balneário do Mar Negro.

Além disso, o Comitê Olímpico Internacional jogou um jarro de água fria aos ativistas ao advertir que é proibido se manifestar publicamente contra as leis russas nas instalações esportivas.

Enquanto alguns esportistas abertamente homossexuais criticaram a Rússia por suas políticas discriminatórias e inclusive tentaram boicotar os Jogos, Putin disse que todos os esportistas e torcedores serão bem-vindos a Sochi, independentemente de sua nacionalidade, raça ou orientação sexual.

Putin, que criticou a legalização do casamento homossexual no Ocidente, insiste em que os gays não sofrem nenhum tipo de discriminação no país e que têm os mesmos direitos que o resto.

Além disso, contra toda previsão, o líder russo autorizou as manifestações no território de Sochi, embora em zonas especiais e só após receber autorização do Prefeitura, do FSB e do Ministério do Interior.

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