Agência de Notícias
Publicado em 29 de julho de 2025 às 08h38.
O Crescente Vermelho egípcio garantiu que um comboio com 1,3 mil toneladas de ajuda humanitária partiu nesta terça-feira, pelo terceiro dia consecutivo, do Egito em direção a Gaza, passando antes pelo cruzamento de Kerem Shalom, em território israelense.
O comboio transporta "cerca de 1,3 mil toneladas de ajuda, divididas em aproximadamente 440 toneladas de diversos alimentos, cerca de 450 toneladas de farinha, aproximadamente 150 toneladas de suprimentos médicos e 200 toneladas de suprimentos de higiene pessoal", disse o Crescente Vermelho em um comunicado, no qual não especificou o número de caminhões que compõem o comboio.
A ajuda humanitária será descarregada em território israelense, onde as autoridades daquele país a inspecionarão para determinar se permitem sua entrada no enclave palestino.
Isso se enquadra nas "pausas táticas" de Israel em suas operações militares para facilitar a entrega de ajuda humanitária durante certos horários e em determinados pontos do enclave, apesar do bloqueio dos últimos meses à entrega na Faixa.
Este novo comboio chega um dia depois que o presidente do Egito, Abdul Fatah Al-Sisi, pediu a seu homólogo americano, Donald Trump, que "faça todos os esforços" para pôr fim à guerra na Faixa de Gaza e para permitir o acesso irrestrito à ajuda humanitária.
Desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, a participação de Egito, Catar e EUA como mediadores tenta conseguir uma suspensão do conflito, a entrada de ajuda humanitária e a libertação dos reféns capturados pelo grupo islâmico palestino Hamas.
Nesse sentido, o Crescente Vermelho lembrou que a população de Gaza precisa de, no mínimo, "entre 600 e 700 caminhões de ajuda" diariamente.
Os impedimentos à entrada da ajuda por parte de Israel durante meses levantaram duras críticas por parte da população e também do Hamas, que acusaram o governo egípcio de não exercer mais pressão para entregar ajuda a Gaza, embora o lado palestino de Rafah esteja controlado por Israel e nada possa entrar sem sua permissão.
As mortes por fome dispararam nas últimas semanas em Gaza, após o fechamento quase total dos acessos imposto por Israel em março, que impediu a entrada de alimentos, medicamentos e combustível e agravou drasticamente a crise nutricional no enclave.