Trípoli - Os combates travados desde segunda-feira pelos toubus e outras tribos árabes na cidade líbia de Sabha (sul) causaram 70 mortes e deixaram 150 feridos, disse nesta quarta-feira o porta-voz do governo, Naser al-Manaa.

"É lamentável que mais de 70 pessoas tenham morrido e mais de 150 estejam feridas", declarou o porta-voz durante uma coletiva de imprensa em Trípoli.

Anteriormente, uma autoridade da região havia dito que os enfrentamentos diminuíram de intensidade, mas os toubus afirmam estar cercados e denunciam um "massacre".

Um registro anterior de uma fonte hospitalar indicava cerca de 40 mortos e 130 feridos, levando em conta apenas as vítimas das tribos árabes de Sabha que combatem membros armados dos toubus.

Os toubus, por sua vez, indicaram dezenas de mortos e feridos em sua tribo.

"Continua havendo enfrentamentos, mas de menor intensidade. O Exército nacional e um comitê de especialistas entraram na cidade em busca de uma trégua", disse à AFP, Abdelmajid Seif al-Naser, representante de Sabha no Conselho Nacional de Transição (CNT, no poder) que renunciou na terça-feira para denunciar "a falta de capacidade" das autoridades.

Uma força composta por ex-rebeldes chegou na terça-feira da cidade de Benghazi para tentar mediar negociações entre os dois clãs, afirmou seu chefe, o coronel Wanis Bukhmada.

Em Sabha, os toubus que vivem principalmente nos bairros Tayouri e Al-Hijara, afirmaram nesta quarta-feira que estavam cercados pelas tribos árabes da cidade que os bombardeiam "sem parar desde a manhã", deixando vários mortos entre os civis.

Os toubus estão envolvidos desde fevereiro em confrontos com tribos locais do sul do país, principalmente em Kufra e em Sabha.

Eles denunciam um plano de "limpeza étnica" perpetrado pelas tribos árabes apoiadas, segundo eles, pelas autoridades, enquanto as tribos acusam os toubus de recorrerem a elementos estrangeiros armados.

Os toubus são negros e vivem entre a Líbia, o norte do Chade e o Níger.