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Combates se intensificam na Síria

O enviado internacional da ONU ao país alertou que a situação síria vai de mal a pior


	Local da explosão de um carro-bomba em Damasco no dia 29 de outubro: pelo menos 10 pessoas morreram nesta segunda-feira no atentado
 (AFP)

Local da explosão de um carro-bomba em Damasco no dia 29 de outubro: pelo menos 10 pessoas morreram nesta segunda-feira no atentado (AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2012 às 13h05.

Moscou - A violência se intensificou nesta segunda-feira na Síria, com violentos bombardeios aéreos e um atentado com carro bomba que deixou dez mortos em um bairro de Damasco, para desânimo do enviado internacional, que alertou sobre o fato de a situação no país ir de mal a pior.

"A situação na Síria é ruim e está piorando", afirmou enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, após uma reunião em Moscou com o chanceler russo, Sergei Lavrov.

"A crise síria é muito, muito perigosa, a situação é ruim e está piorando, afirmou Brahimi .

"Classifico o que acontece na Síria de guerra civil. Se isto não é uma guerra, então não sei o que é".

Brahimi também lamentou o fracasso da trégua de quatro dias que havia promovido por ocasião da festividade muçulmana de Eid al-Adha.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também lamentou nesta segunda-feira o fracasso da trégua de quatro dias na Síria e reiterou a necessidade de união da comunidade internacional para acabar com a violência.

"Estou profundamente decepcionado que as partes não tenham respeitado o pedido para suspender os confrontos", disse Ban na capital sul-coreana, onde recebeu o prêmio da Paz de Seul.

Lavrov, por sua parte, afirmou que a Rússia está decepcionada de que o cessar-fogo não tenha sido aplicado pelos beligerantes, mas indicou que as disputas para decidir quem quebrou o acordo não têm sentido.


"Na Síria está se combatendo cada vez mais. As provocações e as respostas inadequadas têm lugar todos os dias. O objetivo para todos os sírios é deixar de disparar e sentar-se à mesa de negociações", insistiu o chanceler russo.

Pelo menos 10 pessoas morreram nesta segunda-feira em um atentado com carro-bomba nas proximidades de Damasco, segundo um balanço provisório.

"Um atentado terrorista com carro-bomba perto de uma padaria, na rua Raoda, em Jaramana, provocou a morte de 10 pessoas, incluindo mulheres e crianças", afirmou a emissora.

Um atentado no dia 3 de setembro na mesma região ao sudeste de Damasco, principalmente cristã e drusa e favorável ao regime do presidente Bashar al-Assad, deixou 27 mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Violentos ataques aéreos foram registrados no subúrbio ao norte de Damasco, onde o exército e os rebeldes protagonizavam combates no último dia do frustrado cessar-fogo.

Os bombardeios foram intensos durante duas horas e abalaram os vidros dos apartamentos do centro da capital síria. Este foi um dos ataques mais violentos nos arredores da capital desde o início da utilização da aviação, há três meses.


"Os ataques têm como alvos as fazendas de Harasta, onde acontecem os combates em terra", afirmou o OSDH, uma ONG com sede na Grã-Bretanha que tem uma rede de militantes e fontes médicas nos hospitais civis e militares do país.

A localidade de Harasta fica 10 km ao nordeste de Damasco.

Além disso, a artilharia síria também atacou em Duma, onde três civis morreram, segundo o OSDH.

Em Aleppo (norte), foram registrados combates no bairro de Zahra, noroeste, onde se encontra o quartel-general dos serviços de informação do exército do are, e em Jandul, norte.

A artilharia turca, por sua vez, respondeu à queda em seu território de um morteiro disparado a partir da Síria, que não provocou vítimas, informou a agência de notícias Anatolia.

O morteiro sírio caiu perto da localidade turca de Besaslan, na área de fronteira do sul da província de Hatay, próxima da cidade síria de Haram, onde as forças leais ao presidente Bashar al-Assad enfrentam os rebeldes.

A Turquia responde sistematicamente toda vez que seu território é atingido por morteiros da Síria, após a morte de cinco turcos em 3 de outubro.

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