Iêmen: aproveitando-se o caos, a Al Qaeda e o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reforçaram sua presença no sul e no sudeste do Iêmen (Khaled Abdullah/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 19h01.
Dezesseis membros das forças governamentais morreram nesta terça-feira em confrontos entre combatentes da Al Qaeda e rebeldes no Iêmen, país devastado por quase dois anos de guerra, segundo fontes militares e oficiais.
Quinze combatentes da Al Qaeda e nove rebeldes xiitas huthis morreram nestes combates registrados no sul deste país pobre da península Arábica, acrescentaram as fontes.
Na província de Abyane, membros da Al Qaeda emboscaram uma unidade do exército que se preparava para organizar uma operação contra o grupo extremista no leste da cidade costeira de Chaqra, informaram funcionários locais.
Seguiu-se, então, um enfrentamento no qual 11 soldados e 15 combatentes da Al Qaeda morreram, acrescentaram.
Segundo fontes de segurança, nestes confrontos os combatentes da Al Qaeda levaram dois veículos e armas dos militares.
Desde março de 2015, as forças governamentais do Iêmen, apoiadas por uma coalizão de países árabes, liderada pela Arábia Saudita, tentam em vão recuperar terreno nas mãos dos rebeldes xiitas huthis, que controlam parte do território do país e, em particular, a capital Sanaa (norte).
Aproveitando-se o caos, a Al Qaeda e o grupo extremista Estado Islâmico (EI) reforçaram sua presença no sul e no sudeste do Iêmen, onde cometem atentados sangrentos, particularmente contra as forças pró-governamentais, que têm sérias dificuldades para garantir a segurança das regiões sob seu controle e para recrutar jovens soldados.
No front do combate aos rebeldes, eclodiram confrontos no entorno da cidade de Baihan, na província de Chabwa. Nove rebeldes e cinco combatentes pró-governamentais, entre eles um oficial, foram mortos, segundo fontes militares leais.
Baihan está sob controle dos huthis e seus aliados, partidários do ex-presidente iemenita Ali Abdallah Saleh, segundo as mesmas fontes.
A guerra no Iêmen provocou mais de sete mil mortos desde março de 2015, segundo a ONU. Todas as tentativas de resolver o conflito pela via negociada fracassaram até agora.