Mundo

Combate ao Aedes aegypti em Miami está difícil

Autoridade ressaltou que a luta contra o mosquito Aedes aegypti em Miami está sendo mais difícil do que se pensava


	Aedes aegypi: foram registrados 14 casos de zika até agora em Miami
 (Mario Tama/Getty Images)

Aedes aegypi: foram registrados 14 casos de zika até agora em Miami (Mario Tama/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 16h32.

Miami - O diretor dos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, Tom Frieden, ressaltou nesta terça-feira que a luta contra o mosquito Aedes aegypti em Miami, onde foram registrados 14 casos de zika até agora, está sendo mais difícil do que se pensava.

É "muito complexo" erradicar esses mosquitos, não só por serem mais "duros" que os de outras espécies, mas porque inclusive podem ser resistentes aos inseticidas que estão sendo usados, disse em entrevista à emissora "ABC".

A possível resistência aos inseticidas ainda não foi comprovada, são necessárias mais três ou quatro semanas, afirmou Frieden, que pediu aos americanos que levem a zika a sério e tomem precauções, principalmente as grávidas, para que evitem o contágio.

Uma dificuldade além é que o bairro de Wynwood (no norte de Miami), parcialmente situado no "marco zero" da zika, junto ao de Edgewater, é residencial, industrial e comercial, com atividades muito diversas.

Frieden reconheceu que o fato de não estarem morrendo tantos mosquitos como era esperado pode significar que não foram eliminados todos os pontos onde os ovos são colocados, em lugares de água suja ou parada.

Na sexta-feira passada o governador da Flórida, Rick Scott, confirmou a existência de quatro casos de zika não importados, ou seja, que os doentes se contagiaram no lugar e não em viagens à América Latina ou ao Caribe.

O número subiu para 14 nesta segunda-feira, com 10 novos casos diagnosticados em exames realizados em pessoas próximas às quatro infectadas com o vírus. A área de transmissão é muito pequena (cerca de 1,6 quilômetro quadrado) e ainda não foram detectados novos focos de mosquitos.

"Na área onde a transmissão do vírus está ativa, o departamento continua rastreando a situação porta a porta e recolhendo amostras para analisá-las a fim de determinar o número de pessoas afetadas", ao mesmo tempo em que continua a luta contra os mosquitos e seus ninhos, disse nesta segunda-feira o Departamento de Saúde da Flórida em comunicado.

De acordo com Frieden, o Aedes aegypti, que também pode transmitir a dengue, a chicungunha e a febre amarela, não está presente apenas na Flórida, mas em vários outros estados do sul dos EUA.

Os CDC incluíram nesta segunda-feira ao sul da Flórida na lista de destinos cujos visitantes devem tomar precauções adicionais devido ao risco de contágio pelo vírus da zika, que foi associado a casos de microcefalia.

"Recomendamos às mulheres grávidas que evitem viajar para esta área e às que trabalham ou vivem nesta área que façam todos os esforços por evitar as picadas de mosquito e o contágio por transmissão sexual", disse Frieden, diretor dos CDC, com sede em Atlanta.

Os CDC sugeriram às mulheres que tenham visitado a área afetada depois do dia 15 de junho que não engravidem por pelo menos 8 semanas. Além disso, recomendaram que os homens que estiveram na área e apresentaram sintomas do vírus esperem até 6 meses antes de buscar a gravidez com a parceira e que utilizem preservativos.

Acompanhe tudo sobre:DoençasEstados Unidos (EUA)MiamiPaíses ricos

Mais de Mundo

Relatório da Oxfam diz que 80% das mulheres na América Latina sofreram violência de gênero

Xi Jinping conclui agenda na América do Sul com foco em cooperação e parcerias estratégicas

Para ex-premier britânico Tony Blair, Irã é o principal foco de instabilidade no Oriente Médio

Naufrágio de iate turístico deixa pelo menos 17 desaparecidos no Egito