PM do Rio de Janeiro: organização também é acusada de sequestrar traficantes (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2014 às 11h26.
Rio de Janeiro - Um total de 16 policiais, entre eles o comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar (BPM), na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio de Janeiro, foram detidos nesta quinta-feira em uma operação para desarticular um grupo de agentes acusado de extorquir traficantes de drogas, informaram fontes oficiais.
A organização criminosa também é acusada de sequestrar traficantes para exigir o pagamento de resgate e de liberar membros de organizações criminosas, após o pagamento de suborno, que foram surpreendidos quando transportavam um carregamento de armas.
A operação foi realizada por agentes da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Segurança do estado com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
Os policiais detidos são lotados no 17º BPM e a lista de presos inclui o comandante dessa unidade, o tenente-coronel Dayzer Corpas Maciel, segundo a informação divulgada pela secretaria de Segurança Pública.
Os agentes responsáveis pela operação, chamada Ave de Rapina, também realizaram 43 ações de busca e apreensão nos imóveis dos acusados e em alguns escritórios ordenadas pelo juiz responsável pela investigação.
De acordo com o MP, o grupo de policiais corruptos sequestrou pelo menos dois traficantes no Rio de Janeiro, um na Ilha do Governador e outro em Senador Camará, na Zona Oeste da cidade, para exigir o pagamento de resgate.
Segundo o Gaeco, os policiais foram flagrados por uma câmera de segurança quando abordaram um veículo no qual eram transportados quatro fuzis, 18 granadas e três pistolas, e liberaram três de seus ocupantes após o pagamento de suborno.
Os outros dois foram detidos e levados para uma delegacia, onde somente foi apresentado um fuzil.
De acordo com o MP, além de receber dinheiro pela liberação dos três traficantes, os policiais venderam as outras armas apreendidas para outra organização criminosa.
Segundo o Gaeco, os policiais acusados tinham ligações muito próximas com traficantes do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, especialmente com o chefe desse grupo, Fernando Gomes de Freitas, que é conhecido como Fernandinho Guarabu.
Além de serem detidos, afastados de suas funções e levados para uma prisão especial para policiais, os acusados serão submetidos a um processo administrativo que poderá determinar sua expulsão da corporação.
No último dia 15, em outra operação da SSINTE, outros 19 PMs foram detidos acusados de corrupção.
Entre eles estavam o coronel Alexandre Fontenelle Ribeiro de Oliveira, ex-número 3 no comando da PM, e outros oficiais da corporação.