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Com seu legado em jogo, Fidel Castro completa 87 anos

Líder comunista faz aniversário em um momento em que o regime revê várias de suas políticas implantadas

Poster do jovem Fidel Castro no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba em Havana, 2011 (Desmond Boylan/Reuters)

Poster do jovem Fidel Castro no 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba em Havana, 2011 (Desmond Boylan/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2013 às 21h07.

Havana - Fora de vista, mas longe de estar esquecido, Fidel Castro completa 87 anos na terça-feira, num momento em que o regime comunista cubano revê várias das políticas implantadas pelo líder revolucionário.

Nos últimos anos, o aniversário de Fidel é comemorado com discrição. Desta vez, o único evento oficial planejado é a apresentação de um coral junto ao monumento a José Martí, em Havana, na noite de segunda-feira.

Fidel, que em 2008 transferiu o poder a seu irmão caçula, Raúl, raramente é visto em público, e não se sabe ao certo que influência o governante aposentado ainda exerce. De vez em quando, ele reaparece para mostrar a seus seguidores - e também aos detratores - que continua presente.

"Ninguém mais acredita que Fidel tenha qualquer influência real sobre as políticas do dia-a-dia", disse um diplomata estrangeiro. "Mas isso não significa que ele nunca seja consultado sobre as grandes questões, ou que quando ele se manifeste não seja importante." O governo promoveu apenas três eventos midiáticos para Fidel neste ano: quando ele votou para deputado e conversou com jornalistas, em janeiro; quando foi à sessão inaugural do Parlamento, em fevereiro; e, mais recentemente, quando inaugurou uma escola perto da sua casa, nos arredores de Havana.

Além disso, a imprensa oficial eventualmente publica fotos dele conversando com dignitários visitantes, ou então artigos sobre temas contemporâneos.

O ex-guerrilheiro hoje é um ancião frágil, com dificuldades para caminhar, e sua famosa oratória se resume agora a um sussurro. Mas cubanos que tiveram contato com ele nas raras saídas de casa dizem que Fidel - oficialmente qualificado como "líder histórico da revolução" - continua lúcido e relativamente bem de saúde, depois de quase ter morrido por causa de uma doença gástrica em 2006.

"Ele estava velho, mas o mesmo Fidel de sempre, fazendo perguntas, citando estatísticas do ano passado e de antes, andando por aí, rindo e conversando com todos", disse um funcionário da Empresa Genética Pecuaria Los Naranjos, na província de Artemisa, cerca de 50 quilômetros a oeste da capital. "Sua cabeça ainda estava incrível." O trabalhador, que pediu para não ter o nome citado, disse que em 26 de abril Fidel fez uma inesperada visita de duas horas à empresa, voltada para a melhoria da criação animal.

Em seus escritos, cada vez mais esporádicos, Fidel diz que se dedica principalmente a melhorar a produtividade agrícola do país.

"Fidel é Fidel, e ele continua experimentando com o interior", disse um agricultor na província de Camaguey, no centro do país, que também pediu para não ser identificado.

Raúl, de 82 anos, assumiu interinamente o cargo quando Fidel adoeceu, e foi efetivado meses depois. Ele atualmente promove um ambicioso plano para tornar a economia mais eficiente, substituindo o paternalismo de estilo soviético por um sistema mais aberto ao livre mercado, nos moldes da China e do Vietnã.

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