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Com ritual xamânico, Maduro inicia campanha pela reeleição

Em evento em Bolívar, presidente venezuelano recebeu benção de xamã para "estar em paz com o senhor Deus e com o nome de (Hugo) Chávez"

Maduro: presidente venezuelano prometeu durante evento "uma revolução na economia" do país (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

Maduro: presidente venezuelano prometeu durante evento "uma revolução na economia" do país (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de abril de 2018 às 19h56.

Com um ritual xamânico, que incluiu bênçãos e rezas, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, iniciou nesta segunda-feira (23) seus atos de campanha para as eleições de 20 de maio, prometendo tirar a economia do atoleiro.

Enfeitado com um penacho de penas pretas, marrons e brancas, um xamã pronunciou orações, com a mão direita posta sobre a cabeça de Maduro, e depois ungiu com "água benta" o governante e sua mulher, Cilia Flores.

Enquanto meninos indígenas cantavam e dançavam em círculos a seu redor, o casal presidencial sorveu a água, coletada - segundo o nativo - no Parque Nacional Canaima, enorme reservatório natural de 30.000 quilômetros quadrados no estado Bolívar (sur), fronteiriço com o Brasil.

"Obrigado por me dar toda essa força", disse Maduro após a cerimônia, realizada em sua chegada a Bolívar, lar da etnia pemón.

De frente para uma enorme cascata em La Llovizna, parque da cidade de Puerto Ordaz, o xamã ofereceu sua bênção ao presidente para "estar em paz com o senhor Deus e com o nome de (Hugo) Chávez", seu mentor falecido em 2013 após 14 anos no poder.

Crianças e jovens indígenas tocaram música tradicional venezuelana.

Algumas horas depois, o presidente liderou, em San Félix, zona popular na periferia de Puerto Ordaz, seu primeiro comício formal.

"Há cinco anos, eu era um novato ferido", afirmou, referindo-se à morte de Chávez, depois da qual foi eleito.

"Hoje sou um presidente com experiência!", clamou, diante de centenas de simpatizantes.

Ele prometeu "uma revolução na economia" no país, castigado pela hiperinflação, pela escassez de alimentos, de remédios e de produtos básicos.

Estados Unidos, União Europeia e vários países latino-americanos não reconhecem as eleições, apoiando a denúncia feita pela oposição sobre a falta de condições para sua realização.

Embora a MUD tenha se negado a apresentar candidatos, Henri Falcón, opositor dissidente do governo, decidiu se candidatar convencido de que capitalizará o que aponta como uma ampla insatisfação social.

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