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Com reeleição quase certa, Merkel visa ações pós-campanha

ÀS SETE - Neste ano, as campanhas foram insossas, mas os principais pontos de debate, como o futuro do país frente à UE, devem ser discutidos logo depois

Merkel (Hannibal Hanschke/Reuters)

Merkel (Hannibal Hanschke/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2017 às 06h40.

Última atualização em 22 de setembro de 2017 às 07h53.

Há pouquíssimas dúvidas de que a chanceler Angela Merkel deve sair com a maioria dos votos nas eleições alemãs deste domingo. Na maioria das pesquisas, o partido de Merkel, a União, formada pelos partidos irmãos União Democrata Cristã e União Social Cristã (CDU/CSU) lidera com 36% das intenções de voto ante o Partido Social Democrata (SPD), do ex-presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, que aparece com 22% dos votos, em segundo lugar.

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As campanhas na Alemanha foram bastante insossas e deixaram de levantar os principais pontos do debate, como o futuro econômico da Alemanha frente ao bloco europeu (um tema analisado profundamente na atual edição de EXAME) e os investimentos de Angela Merkel em defesa.

Mas esses, e outros pontos, devem vir à tona no pós-campanha. Sobram dúvidas sobre como Merkel irá formar uma maioria e compor sua coalizão, necessária para governar o país.

O próprio SPD, atualmente, é parte do governo de Merkel, compondo a “grande coalizão” que comanda a Alemanha. Nas últimas eleições, a União conseguiu 41,5% das intenções de voto, acima dos esperados 36% deste ano. Logo, o partido precisará do apoio de outras legendas para continuar no poder.

Na Alemanha, vigora um sistema eleitoral de representação proporcional mista e, geralmente, o partido mais votado no sistema de representações elege seu líder como chanceler.

É uma prerrogativa, mas não é uma regra. Em 1969, o SPD conseguiu eleger Willy Brandt como chanceler ao negociar a “coalizão social-liberal” com o Partido Liberal Democrata (FDP), embora a União tenha sido o partido com mais votos.

O problema é que com a entrada, e o relativo fortalecimento, de novos partidos, como o de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o cenário ficou mais pulverizado.

O partido de esquerda Linke e o AfD devem gravitar em torno de 11% dos votos, mas os partidos mais ao centro não fazem coalizações com eles. Já o Partido Verde e o liberal FDP espera-se que recebem entre 7% e 9% dos votos, insuficientes para formar uma maioria com a União diretamente.

Uma união entre o Verde, o FDP e a União pela coalizão é possível, mas muito frágil e difícil de costurar. O SPD enfrenta agora a realidade de passar mais 4 anos, além dos 12 que ficaram para trás, como apoio ou oposição moderada a Merkel, que caminha para ser a chanceler que mais tempo governou o país em tempos “normais”.

Antes dela Gerhard Schröder, do SPD, ocupou o cargo por 8 anos depois de substituir Helmut Kohl, que foi chanceler durante a reunificação do país e permaneceu no posto por 16 anos. O cenário pós-eleição deve ser muito mais incerto, e interessante, do que o pleito.

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