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Com prisões e protestos, crise na Catalunha chega à Bélgica

ÀS SETE - O ex-líder catalão, Carles Puigdemont, se entregou no domingo à polícia belga, mas no mesmo dia foi liberado pela justiça do país europeu

PUIGDEMONT DÁ ENTREVISTA A TV BELGA NA SEXTA-FEIRA: o líder catalão se apresentou à polícia, mas foi posto em liberdade pela Justiça belga  / Eric Vidal/ Reuters

PUIGDEMONT DÁ ENTREVISTA A TV BELGA NA SEXTA-FEIRA: o líder catalão se apresentou à polícia, mas foi posto em liberdade pela Justiça belga / Eric Vidal/ Reuters

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 06h34.

Última atualização em 6 de novembro de 2017 às 07h18.

Os próximos dias devem ser de renovada agitação na Catalunha, e na Bélgica, por consequência. Grupos cívicos na Catalunha que tiveram os líderes detidos na última semana convocaram uma greve geral para 8 de novembro e uma manifestação em massa no dia 11 para protestar contra as detenções.

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A grande dúvida é o real poder que os separatistas ainda têm de arregimentar multidões. No domingo, um protesto em Barcelona atraiu poucas centenas de participantes, segundo a agência Reutes, muito menos que as milhares de pessoas que marcharam em outubro.

Um dos principais estopins dos novos protestos, e que deve ser a principal fonte de polêmica nos próximos dias, foi a detenção do ex-líder catalão, Carles Puigdemont, que no domingo se entregou à polícia belga junto com quatro partidários.

Mas perto da de meia-noite de domingo, a justiça belga decidiu deixar em liberdade os cinco ex-membros do governo com a condição de não deixar a Bélgica, comparecer sempre que convocados e comunicar a residência fixa. Num período de até 15 dias a justiça belga deve decidir sobre uma possível extradição à Espanha.

Puigdemont é acusado de diversas ações ligadas ao movimento pró-secessão, incluindo rebelião, sedição, uso indevido de recursos públicos e desobediência.

Ele se apresentou à polícia no mesmo dia em que duas pesquisas apontaram que os partidos pró-independência devem conquistar a maior parte dos assentos nas eleições marcadas para 21 de dezembro – eles teriam entre 65 e 69 das 135 cadeiras do parlamento.

No sábado, o partido de Puigdemont, o PDECat, disse que ele lideraria a campanha eleitoral em dezembro. Mas a verdade é que seu futuro político é incerto, assim como sua própria capacidade de se livrar da prisão. É possível que a justiça belga imponha restrições para que Puigdemont faça campanha eleitoral residindo na Bélgica.

Em outra frente, será interessante observar as relações políticas entre Bélgica e Espanha. O asilo de Puigdemont tem provocado divisões políticas entre os dois países e mesmo dentro do próprio governo belga. O ex-primeiro ministro e líder socialista, Elio Rupo, fez duras críticas ao primeiro ministro espanhol Mariano Rajoy.

“Puigdemont abusou de sua posição, mas Rajoy se comportou como um franquista autoritário. Precisamos encontrar um caminho de uma espanha unida”, disse.

A presença de Puigdemont tem sido tão sentida em Bruxelas quanto sua ausência em Barcelona.

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