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Com pressão de Trump, EUA vai testar menos para frear números da pandemia

Apesar de autoridades negarem que Trump tenha pedido por redução, reportagens da CNN e do Taking Points Memo afirmam que governo encerrará apoio a testagem

Donald Trump: em uma publicação no Twitter nesta terça-feira, o presidente voltou a defender a redução e disse que, com menos testes, os Estados Unidos teriam menos casos. (Doug Mills - Pool/Getty Images)

Donald Trump: em uma publicação no Twitter nesta terça-feira, o presidente voltou a defender a redução e disse que, com menos testes, os Estados Unidos teriam menos casos. (Doug Mills - Pool/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de junho de 2020 às 11h13.

Última atualização em 24 de junho de 2020 às 12h05.

Reportagens da CNN e do site de notícias Taking Points Memo, especializado em política, revelam que o governo do presidente Donald Trump está planejando interromper o financiamento a 13 locais de testes de coronavírus em cinco estados americanos a partir de 30 de junho.

Os 13 locais que perderiam o apoio estão localizados no Texas, Illinois, Nova Jersey, Colorado e Pensilvânia, de acordo com as reportagens.

No fim de semana, Donald Trump disse que os altos números de infecções nos EUA eram resultado do alto número de testes, acrescentando que ele havia pedido às autoridades que começassem a reduzi-los em resposta. De acordo com o site Worldmeters, o país já realizou 29,5 milhões de testes e lidera o ranking mundial. Até esta quarta-feira, os Estados Unidos tinham cerca de 2,3 milhões de casos, o maior número do mundo.

Muitos estados do país levantaram praticamente todas as medidas de contenção. No entanto, cerca de 20 estados, principalmente do sul e oeste, registraram picos no número de infectados.

Em uma publicação no Twitter nesta terça-feira, o presidente voltou a defender a redução e disse que, com menos testes, os Estados Unidos teriam menos casos.

Apesar das reportagens que denunciam a intenção de diminuir a testagem, autoridades americanas negaram que o presidente Donald Trump tenha pressionado pela redução dos exames.

O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, disse nesta terça-feira em uma audiência no Congresso que Donald Trump nunca lhe pediu para reduzir os testes de coronavírus.

Ao lado dele, três outras autoridades de saúde que assessoram a Casa Branca também responderam "não" sem hesitação quando um deputado perguntou se o presidente havia pedido para diminuir os exames. 

De acordo com o Taking Points Memo, o estado do Texas tem 7 dos 13 locais de testes e continua registrando altas no número de infecções por coronavírus. Em entrevista ao site, Rocky Vaz, diretor de gerenciamento de emergências da cidade de Dallas, disse que pediu uma extensão do tempo de testes na cidade, mas que ela foi recusada pelo governo federal. Assim, a Dallas precisará contratar empresas privadas para substituir a estrutura de testagem federal.

"Eles nos disseram muito claramente que não vão estendê-lo", disse Vaz ao TPM.

"As próximas duas semanas serão cruciais" para responder a esses surtos "preocupantes", alertou Fauci ao comitê do congresso.

Sem se referir diretamente ao comício de Tulsa, Fauci insistiu que as pessoas "não deveriam se reunir em multidão".

Em "uma manifestação ou comício", deve-se usar uma máscara, acrescentou, enquanto protestos antirracistas ocorrem em várias cidades dos Estados Unidos, após o caso de George Floyd, um afro-americano sufocado até a morte por um policial branco em Minnesota.

Fauci também disse que não falava com o presidente Trump há "cerca de duas semanas e meia".

(Com AFP)

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