Mundo

Com ondas de calor na Europa, junho passado foi o terceiro mais quente em nível global

Temperatura global média ficou 0,47 ºC acima da média histórica; onda de calor no Mediterrâneo elevou o mar a 27 ºC, maior marca para o mês

Termômetro marcou mais de 40 ºC em Paris durante onda de calor que atingiu a Europa Ocidental em junho, o mês mais quente já registrado na região (Carolina Gehlen/Exame)

Termômetro marcou mais de 40 ºC em Paris durante onda de calor que atingiu a Europa Ocidental em junho, o mês mais quente já registrado na região (Carolina Gehlen/Exame)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 9 de julho de 2025 às 08h59.

O mês passado foi o terceiro junho mais quente em nível global desde que há registros, com uma temperatura média do ar na superfície de 16,46 ºC, 0,47 ºC acima da média entre 1991 e 2020 para junho, e com ondas de calor em amplas zonas do oeste e do sul da Europa, segundo revelou nesta quarta-feira o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) em seu boletim mensal.

O componente de monitoramento climático do programa espacial da União Europeia (UE) indicou que o mês passado foi 0,20 ºC mais frio que o recorde de junho de 2024 e 0,06 ºC mais frio que junho de 2023.

Por outro lado, junho se situou 1,3 ºC acima da média estimada de 1850-1900 usada para definir o nível pré-industrial. Foi apenas o terceiro mês dos últimos 24 com uma temperatura global inferior a 1,5 ºC acima do nível pré-industrial.

O período de 12 meses compreendido entre julho de 2024 e junho de 2025 se situou 0,67 ºC acima da média de 1991-2020, e 1,55 ºC acima do nível pré-industrial.

Segundo Samantha Burgess, responsável estratégica do clima no Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, em junho uma onda de calor excepcional afetou grande parte da Europa Ocidental, onde o estresse térmico foi muito intenso.

Ondas de calor mais intensas

"Em um mundo que se aquece, é provável que as ondas de calor sejam mais frequentes, mais intensas e afetem mais pessoas em toda a Europa", advertiu.

A temperatura média sobre a superfície terrestre europeia em junho foi de 18,46 ºC, 1,10 ºC acima da média de junho de 1991-2020, o que torna o mês o quinto junho mais quente registrado no continente.

A maior parte da Europa Ocidental e Central experimentou temperaturas do ar mais quentes que a média em junho.

Recorde na Europa Ocidental

No conjunto da Europa Ocidental, foi registrado o mês de junho mais quente da história, com uma temperatura média de 20,49 ºC, 2,81 ºC acima da média de 1991-2020. Superou por pouco (apenas 0,06 ºC) o recorde anterior de junho, estabelecido em 2003 (20,43 ºC).

Fora da Europa, as temperaturas foram superiores à média nos Estados Unidos, no norte do Canadá, na Ásia Central, na Ásia Oriental e no oeste da Antártica.

As temperaturas mais baixas foram registradas no sul da América do Sul, com um frio recorde na Argentina e no Chile. A Índia e a Antártica Oriental também registraram temperaturas inferiores à média.

Por sua vez, a temperatura média da superfície do mar para junho foi de 20,72 ºC, o terceiro valor mais alto registrado para o mês, 0,13 ºC abaixo do recorde de junho de 2024.

Em junho, desenvolveu-se uma onda de calor marinha excepcional no Mediterrâneo Ocidental, que resultou em uma temperatura média diária na superfície do mar mais alta já registrada para o conjunto da região em junho (27,0 ºC).

O mês passado foi também mais seco que a média no oeste e no sul da Europa, assim como em grande parte do Reino Unido e regiões do sul da Escandinávia, e em partes do oeste da Rússia.

As condições foram também predominantemente mais secas que a média em amplas zonas do norte dos EUA e Canadá, leste da África, Península Arábica, Ásia Central, extremo oriente da China e Japão, grande parte da Austrália, sul da África e amplas regiões do sul da América do Sul.

Acompanhe tudo sobre:Caloronda de calor

Mais de Mundo

Como a crise entre Brasil e EUA escalou em poucos dias com reunião do Brics

Tarifas de Trump trarão prejuízos à indústria e Brasil precisa negociar, diz CNI

Lula diz a Trump que Brasil responderá com 'reciprocidade' se tarifas subirem

Imprensa internacional repercute carta e tarifas de Trump contra o Brasil: ‘destemperada’