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Com menor número de mortos em semanas, Europa abranda confinamento

Países mais afetados apresentam estratégias para a suspensão do confinamento, enquanto os menos afetados já iniciaram reabertura gradual da economia

Europa: Somados, número de mortos na Itália, França e Espanha chega a 72 mil (Pierre-Phelippe Marcou / AFP/Getty Images)

Europa: Somados, número de mortos na Itália, França e Espanha chega a 72 mil (Pierre-Phelippe Marcou / AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de abril de 2020 às 10h44.

Europa viu uma luz de esperança neste domingo, 26, quando vários países registraram o menor número de mortes em semanas desde o início da pandemia do novo coronavírus que já tirou a vida de 204 mil pessoas em todo o mundo e contagiou quase três milhões. A tendência de baixa observada há vários dias leva vários governos a planejar medidas para flexibilizar o confinamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o relaxamento deve ser feito de maneira lenta e gradual, e não de uma hora para outra. Também tem reiterado que a melhor medida contra o vírus é o distanciamento social.

Depois de seis semanas trancadas em suas casas, as crianças espanholas começaram a dar pequenos passeios e a brincar na rua ontem, em um leve relaxamento do confinamento em vigor no país.

Itália, Espanha e França registraram ontem a maior queda no número de mortes em semanas. Os três países representam 35% do total de mortos. Enquanto os italianos tiveram 260 mortes, os franceses registraram 242 e os espanhóis, 288. Na Espanha e na França, não havia um número tão baixo há cinco semanas. Na Itália, foi o menor número em seis semanas.

Somados, os três países têm mais de 72 mil mortes e quase 586 mil casos confirmados, segundo levantamento da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

Os EUA, com 53 mil mortos e 956 mil pessoas infectadas, continuam sendo o atual epicentro da pandemia.

Desde 14 de março, a Itália vinha registrando mais de 300 mortes por dia - nos dias de pico, o número ultrapassou 1 mil. A região mais afetada é a Lombardia, no norte, com metade das mortes ocorridas no país (13.325) seguida por Emilia-Romana, com 3.386 mortos e Piemonte, com 2.823.

"Temos de manter o risco o mais baixo possível e evitar um novo aumento das infecções, estabilizando o número de pacientes em terapia intensiva", afirmou Franco Locatelli, presidente do Conselho Superior de Saúde, órgão consultivo do governo italiano.

"Apesar dos avanços, não saímos da tormenta. Temos de continuar com as medidas de distanciamento social e outras que deram resultados concretos no combate ao vírus." O governo fala em reabrir aos poucos a economia a partir do dia 4 e deve apresentar um plano esta semana.

Na França, o primeiro-ministro Edouard Philippe também apresentará nesta semana a estratégia de suspensão do confinamento que, segundo previsão, deve começar no dia 11.

Na Espanha, o número de 288 óbitos é o menor desde 20 de março. Ainda assim, a cifra de mortos chega a 23.190 no terceiro país mais afetado, atrás dos Estados Unidos e Itália. "Estamos consolidando a queda", afirmou o ministro da Saúde, Salvador Illa.

O país começou, neste domingo, a flexibilizar o rigoroso confinamento para as crianças. Agora, quem tem até 14 anos pode dar pequenos passeios e brincar fora de casa. Mas só pode fazer isso acompanhado e por no máximo uma hora por dia. Os 47 milhões de habitantes estão em confinamento desde 14 de março. Os maiores de 14 anos podem sair sozinhos, mas com autorização, somente para fazer compras ou passear com os cachorros.

Fernando Simón, epidemiologista integrante do Ministério da Saúde, disse que chegou o momento de definir os critérios sobre restrições de deslocamentos, já que as autoridades acreditam que o pico da pandemia já foi superado. A Espanha tem quase 100 mil curados e a pressão sobre instalações médicas também foi reduzida.

Outros países europeus como Alemanha, Áustria, Dinamarca e República Checa já iniciaram uma abertura lenta e gradual de suas economias após semanas de confinamento. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 

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