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Com encontro em Paris, Macron e Scholz buscam unidade para enfrentar Trump

Líderes europeus precisam criar um plano para lidar com as recentes ameaças do presidente Trump de prejudicar a relação dos EUA com a União Europeia

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 08h59.

O chanceler alemão Olaf Scholz se encontrará com o presidente francês Emmanuel Macron em Paris na quarta-feira, 22. Os dois líderes planejam traçar um novo plano em meio às recentes ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de prejudicar a relação com a União Europeia

“Nós defendemos o livre comércio como a base de nossa prosperidade junto com outros parceiros”, disse Scholz no Fórum Econômico Mundial em Davos, na última terça-feira, 21. “A Europa está comprometida com o comércio global livre e justo, e não estamos sozinhos nisso.”

Especialistas acreditam que, apesar das diferenças entre Scholz e Macron, os políticos tentarão mostrar união e força ao lidar com o novo governo americano. O objetivo comum do encontro, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, é o  de elaborar uma resposta rápida caso os EUA sigam ameaçando taxar as exportações europeias. 

Desde a eleição americana, Trump tem ameaçado impor uma série de tarifas alfandegárias sobre a União Europeia, o que provocou o bloco a preparar uma lista de empresas americanas para retaliação caso as ameaças se confirmem.

“Como União Europeia, também podemos contar com nossa própria força”, disse Scholz. “Como uma comunidade de mais de 400 milhões de europeus, temos peso econômico.”

Outro tópico que deve ser discutido na reunião desta quarta-feira é a regulação de gigantes de tecnologia americanas. Analistas acreditam que os líderes vão conversar sobre estratégias para apoiar os esforços da União Europeia para proteger seus cidadãos contra desinformação e discurso de ódio nas redes sociais. 

Diferenças de posicionamento 

Apesar dos esforços do líder alemão e do líder francês para criar uma frente única europeia diante de potências estrangeiras, eles têm falhado nos últimos anos em fortalecer sua relação de trabalho. 

Os dois têm visões diferentes, por exemplo, em questões de segurança e defesa. Enquanto Scholz é favorável a flexibilizar os limites rigorosos de endividamento da Alemanha para financiar mais gastos com defesa, Macron propõe outro empréstimo conjunto europeu para financiar essas iniciativas.

Na economia, Scholz e Macron também divergem. Para o chanceler da Alemanha, as nações europeias precisam garantir uma certa abertura de suas economias para garantir sua prosperidade diante das ambições da China e da hostilidade de Trump. Ele defendeu, por exemplo, o acordo de comércio com o Mercosul, aprovado no final do ano passado.

Macron, por sua vez, se opôs ao acordo com o Mercosul. A França também convenceu a União Europeia a aumentar as tarifas de importação sobre carros elétricos chineses, uma medida que desagradava a Alemanha.

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