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Com acordo anulado, parlamentares paraguaios recuam de impeachment de Abdo

O presidente paraguaio pediu desculpas sobre acordo energético com o Brasil envolvendo Itaipu, que parlamentares disseram afrontar a soberania do país

PARAGUAI: posse de Benítez deve receber visita de vizinhos, como o brasileiro Michel Temer  / REUTERS | Marcos Brindicci (Marcos Brindicci/Reuters)

PARAGUAI: posse de Benítez deve receber visita de vizinhos, como o brasileiro Michel Temer / REUTERS | Marcos Brindicci (Marcos Brindicci/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 15h31.

Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 15h41.

Assunção / Brasília — Parlamentares paraguaios recuaram nesta quinta-feira da ameaça de pedir o impeachment do presidente Mario Abdo depois que Brasil e Paraguai cancelaram um acordo de energia que causou polêmica e criou o risco de desestabilizar o governo em Assunção.

Abdo pediu desculpas pela maneira como lidou com a polêmica sobre a assinatura de um acordo energético com o Brasil envolvendo a hidrelétrica de Itaipu, que parlamentares da oposição disseram afrontar a soberania do Paraguai.

"Quem tiver que ser responsabilizado por má conduta será responsabilizado", disse Abdo em uma mensagem à nação, acrescentando que agradecia os parlamentares por decidirem proceder de uma maneira "que não rompe com o processo democrático".

Na quarta-feira, alguns parlamentares disseram que pressionariam pelo impeachment de Abdo e do seu vice-presidente, Hugo Velázquez, após um escândalo que levou à renúncia do ministro das Relações Exteriores e de três outras autoridades.

A revolta foi desencadeada por um acordo de energia, que veio a público na semana passada, relacionado à gigantesca usina hidrelétrica de Itaipu, que se estende entre os dois países.

Autoridades e parlamentares paraguaios disseram que o pacto seria prejudicial para o Paraguai e que custaria cerca de 200 milhões de dólares ao Estado. O Paraguai é altamente dependente da receita de Itaipu.

"Peço desculpas se estava errado", disse Abdo diante de cerca de 5 mil apoiadores que se reuniram diante do palácio de governo no centro da capital Assunção.

O escândalo foi a primeira grande crise a abalar Abdo, que é próximo do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil disse nesta quinta-feira que tentativas de remover o líder paraguaio criam o risco de uma "ruptura da ordem democrática".

Bolsonaro disse apoiar Abdo, que emergiu como um de seus primeiros aliados na região. "O problema do Paraguai é que o impeachment você faz em 72 horas", disse Bolsonaro a repórteres na manhã desta quinta-feira. "A gente não quer prejudicar o Paraguai".

Paraguai e Brasil se preparam para negociar o futuro de Itaipu, cujo tratado de fundação vence em 2023.

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