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Com 99% dos votos apurados, Netanyahu já comemora vitória

Netanyahu já reivindicou a vitória em um discurso na manhã desta quarta, no horário local

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e sua esposa, Sara, acenam após o anúncio de pesquisas de boca-de-urna nas eleições parlamentares de Israel na sede do partido em Tel Aviv, Israel (Ammar Awad/Reuters)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e sua esposa, Sara, acenam após o anúncio de pesquisas de boca-de-urna nas eleições parlamentares de Israel na sede do partido em Tel Aviv, Israel (Ammar Awad/Reuters)

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EFE

Publicado em 10 de abril de 2019 às 07h05.

Última atualização em 10 de abril de 2019 às 08h43.

Jerusalém — O partido Likud, do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está na frente com uma vantagem apertada sobre a coalizão centrista Azul e Branco, de Beni Gantz, com 99% dos votos apurados, após as eleições gerais realizadas na terça-feira no país.

Segundo os dados do comitê central eleitoral, com mais 3,9 milhões dos votos apurados, o Likud obteria 26,47% dos votos, contra 26,11% do Azul e Branco.

A participação eleitoral nessas eleições foi de 4.016.310 eleitores, cerca de 67%, quase 4% a menos do que nas últimas eleições legislativas, em 2015, revelou o jornal digital local "Times of Israel".

Durante o processo de apuração, Netanyahu reivindicou a vitória em um discurso nesta manhã perante os membros de seu partido e seus apoiadores em Tel Aviv, na qual ele considerou ter obtido "uma vitória incrível" e, esperando pela recontagem final de todos os votos, acrescentado que significa "uma conquista inimaginável" e "quase inconcebível".

A eventual vitória, apesar das acusações de corrupção contra Netanyahu, permitirá que ele se torne, ao final do ano, o primeiro-Ministro com mais tempo de poder na história do Estado de Israel, superando o lendário David Ben Gurion.

De acordo com as projeções, seu partido Likud deve obter o mesmo número de cadeiras (35) no Parlamento que o de seu principal adversário, o partido Azul e Branco, do general Benny Gantz.

Mas com 99% dos votos apurados, os resultados indicam que o o Likud, e um grupo de partidos aliados da direita, reunidos em uma coalizão, terão 65 cadeiras do total de 120 do Parlamento, o suficiente para consolidar a maioria e formar o novo governo.

Mas diante da incerteza com o resultado apertado, tanto Netanyahu, 69 anos, como Gantz, 59, reivindicaram vitória ao final da votação.

Em discurso para partidários em Tel Aviv, Netanyahu disse que a vitória foi "magnífica".

"O povo de Israel me deu seu apoio para um quinto mandato, e expressou uma confiança ainda maior", disse o primeiro-ministro, revelando que já iniciou contatos com outros partidos de direita em busca de uma coalizão.

Mas no quartel-general do partido Azul e Branco, o general Benny Gantz, principal adversário de Netanyahu, também cantou vitória.

"É um dia histórico, mais de um milhão de pessoas votaram em nós. O presidente deve nos atribuir a responsabilidade de formar o próximo governo porque somos o partido mais importante", declarou Gantz.

Mais de 6,3 milhões de eleitores estavam registrados para comparecer às urnas na terça-feira para escolher os 120 deputados que os representarão na Knesset (Parlamento israelense). O índice de participação foi de 67,9%, contra 71,8% nas legislativas de 2015.

Negociações

Após a confirmação dos resultados, um período de intensas negociações para formar um governo de coalizão será aberto nos próximos dias.

Depende do presidente Reuven Rivli considerar, à luz das recomendações dos eleitos, que partido designará para formar o novo governo.

Benjamin Netanyahu acumula 13 anos no cargo de primeiro-ministro e com o quinto mandato estabelecerá um recorde de longevidade no poder.

O general Gantz, ex-paraquedista, carregava a experiência como comandante de uma unidade de forças especiais e de ex-chefe do estado-maior das forças de Defesa. Há seis meses, ele não era sequer identificado como político em Israel.

A esquerda israelense saiu humilhada das urnas, com apenas seis cadeiras no Parlamento para o histórico Partido Trabalhista.

Manobras para vencer

Sem diferenças significativas nos programas do governo entre os dois candidatos, a campanha se tornou um plebiscito sobre a pessoa de Netanyahu, adorada e detestada.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, expressou na terça-feira seu desejo de que essas eleições tragam a paz e disse estar preparado para retomar as negociações se o direito internacional for respeitado. Mas, diante dos dados, os resultados que dão vantagem a Netanyahu, o negociador palestino Saeb Erekat disse que os israelenses disseram nas urnas "não à paz".

"Os israelenses votaram para manter o statu quo. Disseram 'não' à paz e 'sim' à ocupação", avaliou Saeb Erekat em um comunicado.

Gantz afirmava que esta eleição era fundamentalmente sobre o fim de anos de divisões e corrupção corporificados pelo primeiro-ministro.

Netanyahu, por outro lado, garantiu que ninguém é melhor preparado do que ele para garantir a segurança e a prosperidade do país.

Em fevereiro, o procurador-geral anunciou a intenção de denunciar formalmente Netanyahu por corrupção, fraude e quebra de confiança, e as pesquisas começaram a oscilar.

Refletindo o clima de hostilidade na campanha, o principal partido árabe em Israel apresentou uma queixa na comissão eleitoral depois que militantes do Likud foram flagrados com câmeras nas seções eleitorais dos setores de maioria árabe. O partido árabe garante que isso foi feito para intimidar os eleitores e o Likud respondeu que o fez para evitar fraudes.

Os árabes israelenses são os descendentes dos palestinos que ficaram em suas terras após a criação de Israel em 1948.

Aproximação com Trump

Os israelenses consideram que Trump ofereceu a Netanyahu um "presente" espetacular durante a campanha eleitoral, reconhecendo a soberania israelense sobre as Colinas de Golã, anexadas da Síria.

Netanyahu mencionou sempre que pôde sua proximidade com o presidente dos Estados Unidos.

Ele alimentou ainda mais a polêmica, ao afirmar, desafiando um amplo consenso internacional, que está preparado para anexar assentamentos israelenses na Cisjordânia, um território palestino ocupado por Israel por meio século.

Líder de um governo considerado o mais direitista da história de Israel, Netanyahu deve assumir a liderança em uma coalizão ainda mais radical.

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