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Com 72,5% apurados, Morales não poderá se reeleger

"Com 72,5% dos resultados preliminares que temos, o Sim está 43,2% e o Não com 56,5%", afirmou a presidente do TSE


	Evo Morales: o governo insistiu que há um "empate técnico" e pediu que fossem esperados os resultados oficiais
 (Danilo Balderrama / Reuters)

Evo Morales: o governo insistiu que há um "empate técnico" e pediu que fossem esperados os resultados oficiais (Danilo Balderrama / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de fevereiro de 2016 às 11h30.

La Paz - O Tribunal Superior Eleitoral divulgou nesta segunda-feira o resultado parcial da apuração do referendo que deve decidir se o presidente da Bolívia, Evo Morales, deveria ter direito a concorrer a um terceiro mandato, que mostram que 56,5% dos bolivianos votaram a favor do Não e 43,2% pelo Sim.

"Com 72,5% dos resultados preliminares que temos, o Sim está 43,2% e o Não com 56,5%", afirmou a presidente do TSE, Katia Uriona à imprensa na cidade de Sucre, capital constitucional do país, onde acontece a apuração.

As pesquisas por apuração rápida divulgados na noite do domingo também davam a vitória ao Sim por uma estreita margem, o que fez a oposição boliviana imediatamente comemorar o resultado extraoficial.

No entanto, o governo insistiu que há um "empate técnico" e pediu que fossem esperados os resultados oficiais.

Uriona antecipou que nas próximas horas divulgará um novo relatório sobre a apuração e também convocou uma entrevista coletiva do presidente boliviano, Evo Morales, que ontem à noite não apareceu em público.

O site do órgão eleitoral mostrou um relatório menor do que o apresentado por Uriona. Segundo essa fonte, há computadas 8.306 atas das 30.367 geradas na votação, o que representauma porcentagem apurada de 27,3%, com a opção do Não com 63,4% e o Sim com 36,5%.

As pesquisas das empresas Equipes Mori e Ipsos divulgados pela imprensa local quatro horas após o fechamento dos colégios deram ao Não à reforma constitucional uma porcentagem entre 51% e 52,3% e ao Sim entre 47,7% e 49%.

Mais de 6,5 milhões de bolivianos estavam chamados a votar no referendo, que consultou sobre uma reforma constitucional para ampliar de dois para três os mandatos presidenciais consecutivos permitidos, o que possibilitaria a Morales e ao vice-presidente Álvaro García Linera se candidatarem novamente em 2019.

Nos processos eleitorais na Bolívia tradicionalmente se dá por válido o resultado das pesquisas de boca de urna e pela apuração rápida na noite eleitoral devido a habitual demora na apuração oficial, que leva vários dias.

O presidente e seu vice-presidente chegaram ao poder para um primeiro mandato em 2006, o segundo em 2010 e o terceira em 2015.

Embora a Constituição só permita dois mandatos consecutivos, Morales e García Linera puderam se candidatar novamente em 2014 graças a uma decisão do Tribunal Constitucional que aprovou que seu primeiro mandato (2006-2010) não contasse porque o país foi refundado como Estado Plurinacional em 2009. 

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