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Com 62,2% dos votos, CNA conseguirá mais um mandato

Com 62,2% dos votos segundo resultados parciais, o partido governista está a caminho de conseguir uma nova maioria absoluta nas eleições sul-africanas


	Presidente sul-africano Jacob Zuma: ao todo, já foram apurados os votos em 75,3% dos distritos
 (Mike Hutchings/Reuters)

Presidente sul-africano Jacob Zuma: ao todo, já foram apurados os votos em 75,3% dos distritos (Mike Hutchings/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2014 às 14h44.

Johanesburgo - Com 62,2% dos votos segundo resultados parciais divulgados nesta quinta-feira pela Comissão Eleitoral Independente, o governista Congresso Nacional Africano (CNA) está a caminho de conseguir uma nova maioria absoluta nas eleições gerais realizadas ontem na África do Sul.

Ao todo, já foram apurados os votos em 75,3% dos distritos eleitorais do país.

Ao se confirmar a tendência, o CNA perderia mais de três pontos em relação à porcentagem obtida há cinco anos, quando o atual presidente e candidato à reeleição pelo partido, Jacob Zuma, foi designado presidente da África do Sul.

Em segundo lugar está o principal partido da oposição, a Aliança Democrática (DA), que por enquanto está com 22,6%, seis pontos a mais do que nas últimas eleições, em 2009.

Os resultados parciais apontam para uma nova maioria absoluta parlamentar do CNA, que permitiria a Zuma formar governo e dirigir o país durante mais cinco anos.

O CNA, que liderou a luta contra o regime segregacionista do apartheid e governa sem interrupção o país desde sua queda, em 1994, supera com esta vitória arrasadora a crise de popularidade de Zuma, envolvido em vários escândalos de corrupção em uma legislatura marcada pelo baixo crescimento econômico e o desemprego.

A terceira força mais votada, com 5,3% dos votos, é o recém criado Lutadores Econômicos da Liberdade (EFF), do líder populista de esquerda Julius Malema.

Aos 32 anos, Malema conseguiria entrar com força no parlamento com uma agressiva aposta pela nacionalização das minas e a redistribuição da terra.

Segundo estimativas da televisão pública "SABC", o CNA ficaria com 260 das 400 cadeiras do novo parlamento, quatro a menos do que na última legislatura.


O maior beneficiado seria a DA, que passaria de 22 para 89 deputados. Os EFF obteria 21 cadeiras, enquanto os partidos das minorias zulu e afrikaner, Inkhata e o Partido Nacional da Liberdade, ocupariam nove e seis assentos, respectivamente.

Por enquanto, o CNA ultrapassou a fronteira dos seis milhões de votos, frente os mais de dois milhões conseguidos pela DA e os cerca de meio milhão do EFF.

Mais de 70% dos 25 milhões de sul-africanos que se registraram para a votação participaram do processo ontem, segundo os dados da Comissão Eleitoral.

A jornada foi marcada pela calma e o ambiente festivo, apesar dos distúrbios ocorridos em algumas zonas mais pobres do país.

"As eleições gerais de 2014 foram um novo marco na história democrática de nosso país. Obrigado, África do Sul, por manter nossa democracia forte e vibrante", disse hoje a porta-voz do governo, Phumla Williams, que classificou o processo eleitoral de "pacífico e bem-sucedido".

Além de definir o parlamento nacional, os sul-africanos votaram também para as assembleias das nove províncias do país.

Segundo os resultados parciais, a DA ganharia novamente na província de Cabo Ocidental (cuja capital é Cidade do Cabo), com cerca de 60% dos votos, o que levaria a líder do partido, Helen Zille, a seguir governando no estado.

Enquanto isso, o restante das regiões continuará sob o controle do CNA, que manteria a maioria absoluta em Gauteng -motor econômico do país e onde se localizam Johanesburgo e Pretória- e se aproximaria de 80% dos votos em regiões como Mpumalanga, Limpopo e Cabo Oriental.

Estas foram as quintas eleições democráticas e não raciais da história do país, e as primeiras após a morte do pai da democracia sul-africana, o ex-presidente Nelson Mandela, em 5 de dezembro do ano passado.

A África do Sul celebra neste ano o vigésimo aniversário do final do regime racista do apartheid, que durante mais de meio século privou de direitos políticos os cidadãos não brancos do país.

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