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Colunista da Fox News processa chefe por assédio sexual

Julie Roginsky, de 43 anos, teria sido alvo de represálias após ter se negado a ter relações sexuais com o ex-presidente da emissora, Roger Ailes

Roger Ailes: o ex-presidente da emissora teria dito a Julie Roginsky que ela deveria ter relações sexuais com "homens casados, mais velhos e conservadores" (Fred Prouser / Reuters)

Roger Ailes: o ex-presidente da emissora teria dito a Julie Roginsky que ela deveria ter relações sexuais com "homens casados, mais velhos e conservadores" (Fred Prouser / Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de abril de 2017 às 19h27.

Uma colunista da Fox News processou nesta segunda-feira a emissora americana e seu ex-presidente Roger Ailes por assédio sexual, no último de vários escândalos que sacudiram o canal nos últimos meses.

A colunista do canal de informações Fox, Julie Roginsky, de 43 anos, assegura que Ailes, de 76 anos, lhe disse que ela deveria ter relações sexuais com "homens casados, mais velhos e conservadores".

Quando se negou, foi alvo de represálias, disse Roginsky.

Ailes também fez comentários lascivos sobre outras mulheres que apareciam na Fox News, segundo um comunicado publicado nesta segunda-feira pelo escritório de advocacia Smith Mullin, que representa Roginsky.

Como punição por rejeitar as investidas de Ailes, o canal negou-lhe o cargo de co-apresentadora no programa "The Five", que havia sido inicialmente prometido, denunciou Roginsky.

Os dirigentes pediram, então, que ela defendesse publicamente Roger Ailes quando as denúncias de assédio sexual da ex-apresentadora Gretchen Carlson vieram à tona, mas Roginsky se negou a fazê-lo.

O processo de Carlson provocou a renúncia do presidente da Fox News no final de julho de 2016.

A ex-apresentadora Megyn Kelly também denunciou ter sido assediada por Ailes, embora ele tenha negado.

Ailes criou a emissora Fox News em 1996 a pedido de Rupert Murdoch, presidente da Fox e do grupo de meios de comunicação News Corp.

Ainda que tenha aparecido na televisão bem mais tarde que a CNN, fundada em 1980, a emissora de informações ao vivo Fox, favorita dos conservadores, conquistou a liderança na audiência e a mantém até hoje.

No início de setembro, a empresa-mãe da Fox News, 21st Century Fox, concluiu um acordo amigável com Gretchen Carlson. Segundo a imprensa americana, o grupo desembolsou 20 milhões de dólares para dar à apresentadora.

Além de Roger Ailes, cinco mulheres denunciaram por assédio sexual o apresentador estrela da emissora Bill O'Reilly, de 67 anos.

Dois casos já eram conhecidos, mas o New York Times revelou no sábado ter descoberto outros três.

No total, Bill O'Reilly e a Fox News deram 13 milhões de dólares a estas cinco mulheres em troca de seu silêncio e da renúncia de apresentar processos contra o apresentador do programa "The O'Reilly Factor".

Em um comunicado publicado no sábado, a emissora reafirmou seu apoio a O'Reilly. A Fox News não respondeu imediatamente o pedido da AFP para comentar a informação.

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