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Colômbia teme concentração de migrantes venezuelanos na divisa com Equador

Mais de um milhão de pessoas entraram na Colômbia do país vizinho nos últimos 16 meses, a maioria delas com a intenção de ficar, segundo as autoridades

Imigração: é estimado que cerca de 820.000 venezuelanos foram temporariamente regularizados no país (Daniel Tapia/Reuters)

Imigração: é estimado que cerca de 820.000 venezuelanos foram temporariamente regularizados no país (Daniel Tapia/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 17h22.

A Colômbia teme que milhares de venezuelanos que fogem da crise em seu país fiquem presos na fronteira com o Equador, que agora exige passaporte diante da onda migratória, informaram fontes oficiais nesta sexta-feira (17).

"Estamos falando de 3.000 pessoas por dia, somente venezuelanos", que cruzam diariamente a passagem fronteiriça de Rumichaca, declarou o diretor da Migração Colômbia (autoridade de controle migratório), Christian Krüger, em entrevista coletiva em Bogotá.

"Se começar a acumular, em vários dias veremos uma população muito grande" nesse ponto, acrescentou.

O funcionário se mostrou "preocupado" porque assegurou que a metade dos venezuelanos que sai de seu país só carrega a identidade, com a qual não poderiam cruzar para o Equador, que desde o sábado lhes exige passaporte diante da dificuldade que tem tido para controlar a chegada diária de milhares de migrantes.

"Nos preocupam as consequências que podem se apresentar nesta fronteira sudoeste", afirmou.

Krüger afirmou que o governo tomará "medidas de ação" ante o possível represamento, entre elas o envio de mais equipe migratória, reuniões de autoridades locais e regionais, e a busca por um encontro com representantes de Equador e Peru.

Além disso, advogou por um fundo comum entre os países e políticas migratórias similares.

Nesta sexta, o ministro do Interior peruano, Mauro Medina, informou que seu país também exigirá passaporte dos cidadãos venezuelanos a partir de 25 de agosto.

O diretor da Migração Colômbia questionou a determinação equatoriana porque considera que o pedido de um passaporte vai afetar a reunificação familiar e fomentar a migração irregular, que pode derivar em insegurança, tráfico de pessoas e exploração trabalhista nos países de destino.

"O fato de solicitar passaporte não vai parar a migração porque é uma migração que está saindo de seu país não por gosto, mas por necessidade", apontou.

O funcionário sustentou que a saída dos venezuelanos de seu país se deve a "políticas de expulsão" do presidente Nicolás Maduro, para ter uma população menor e "uma melhor distribuição de recursos".

Segundo a Migração Colômbia, cpor Rumichaca, principal passagem entre Colômbia e Equador, cruzaram 423.000 venezuelanos ao longo do ano, alguns para ficar no país vizinho e outros como rota para o Peru ou o Chile. Mais de 30.000 o fizeram na travessia do departamento de Putumayo.

Mais de um milhão de pessoas entraram na Colômbia do país vizinho nos últimos 16 meses, a maioria delas com a intenção de ficar, segundo as autoridades.

É oficialmente estimado que cerca de 820.000 venezuelanos foram temporariamente regularizados, após fugirem da crise econômica em seu país.

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