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Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 14h18.
Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, suspendeu no domingo as negociações de paz com as Farc, que começaram há dois anos em Cuba, depois dos sequestros de um general e de outras duas pessoas, crimes atribuídos pelo governo à guerrilha.
"Amanhã (segunda-feira) os negociadores de paz viajariam para uma nova rodada de negociações em Havana. Vou determinar aos negociadores que não viajem e que se suspenda esta negociação enquanto não não ficar esclarecido e estas pessoas sejam libertadas", afirmou Santos.
A decisão de suspender os diálogos de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que completariam dois anos na próxima quarta-feira, foi anunciada após uma reunião do presidente com a cúpula militar.
O encontro foi convocado em caráter de urgência após a divulgação da notícia do sequestro, no domingo, do general Rubén Alzate, comandante da Força Tarefa 'Titán' do exército, em uma área afasta do departamento del Chocó.
Ao lado do general foram sequestrados o cabo Jorge Rodríguez Contreras e a advogada Gloria Urrego, coordenadora de Projetos Especiais da força tarefa, durante uma viagem de caráter civil para supervisionar um projeto energético.
Segundo o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, às 15H30 o general Alzate solicitou um bote, depois seguiu para 'Las Mercedes', em uma zona rural de Quibdó, e quando desembarcou foi surpreendido por homens armados com fuzis.
O soldado que manejava o bote conseguiu escapar e retornou a Quibdó, onde comunicou o sequestro aos comandantes.
"Não conhecemos as razões pessoais ou de inteligência porque não seguiram os protocolos de segurança para a proteção do general", disse Pinzón, que supervisiona as investigações.
"É um sequestro totalmente inaceitável. Já temos informações que nos dão a certeza de que foram as Farc", destacou Santos, que fez perguntas sobre as circunstâncias do crime.
"Por quê o general Alzate estava como um civil? Por quê disse a sua escolta que não o acompanhasse? Por quê não levou em consideração a advertência para que não seguissem rio abaixo tão longes?", questionou o presidente.
Santos responsabilizou as Farc pela vida e segurança dos três reféns e exigiu a libertação.
Desde o início de 2012, o grupo rebelde se comprometeu a não sequestrar mais civis, mas se reserva o direito de capturar policiais ou militares, considerados prisioneiros de guerra.
O governo de Santos e as Farc iniciaram há dois anos em Cuba um diálogo de paz para tentar acabar com um conflito armado de mais de 50 anos, mas sem decretar um cessar-fogo na Colômbia.
Esta é a quarta tentativa de alcançar a paz com as Farc, a principal guerrilha do país e a mais antiga da América Latina, criada em 1964 e que conta oficialmente com 8.000 combatentes, essencialmente mobilizados nas zonas rurais.
O atual processo com as Farc já alcançou consensos parciais em três dos seis temas na agenda: reforma rural, participação política da guerrilha e solução ao problema das drogas ilícitas.
Mas ainda faltam os temas mais complexos, como a indenização das vítimas e o abandono das armas. Também deve ser definido um mecanismo de implementação, verificação e para referendar decisões.