Juan Carlos Pinzón: o ministro informou ter designado uma comissão para revisar as gravações publicadas em reportagem da revista colombiana Semana (AFP/Archivo / Felipe Caicedo)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2014 às 14h41.
Bogotá - O ministro da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, anunciou hoje (17) que “terá tolerância zero com a corrupção” no Exército do país e informou que a Controladoria e a Procuradoria-Geral da República investigarão as denúncias de um suposto esquema de contratos fraudulentos organizados por generais e coronéis.
“Quando se fala do Exército da Colômbia, fala-se de uma instituição que antecede a República e que, sempre, em todos os momentos da Nação, foi quem deu a cara e lutou por todos os colombianos”, defendeu, em um pronunciamento.
Pinzón informou ter designado uma comissão para revisar as gravações publicadas em reportagem da revista colombiana Semana.
O material, veiculado na edição desse domingo (16), apresenta conversas de generais e coronéis, gravadas entre 2012 e 2013, que fazem referência a contratos milionários de diferentes unidades militares, com superfaturamento de até 50% do valor real das negociações.
A reportagem mostra evidências do uso de informações privilegiadas, o que teria permitido a alguns negociadores do Exército a imposição de contratos fraudulentos em compras e licitações.
A denúncia é a terceira em menos de 15 dias sobre a atuação do exército colombiano.
As duas anteriores diziam respeito ao uso de escutas ilegais pela inteligência do Exército, direcionadas aos negociadores do governo colombiano e da Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e também a jornalistas locais e estrangeiros que cobrem o processo de paz em Havana, Cuba.
Em plena campanha para as eleições legislativas de março e para as presidenciais de maio, as denúncias esquentam o debate político e aumentam a pressão dos adversários políticos sobre o governo de Juan Manuel Santos.
Após as primeiras denúncias sobre a espionagem do processo de paz, dois chefes da inteligência policial foram afastados e Santos pediu uma investigação aprofundada.
Após as denúncias de contratos superfaturados, a oposição começou a pressionar o governo para que o ministro Pinzón seja afastado do cargo.