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Colômbia prende ex-vice-ministro de Transportes em caso Odebrecht

García Morales é o primeiro detido na Colômbia no caso Odebrecht, e teria facilitado o acesso do grupo à construção de estrada no país

Odebrecht: ex-vice-ministro colombiano se encarregou de excluir os demais competidores - como titular do Instituto Nacional de Concessões - para entregar a obra à Odebrecht (Janine Costa/Reuters)

Odebrecht: ex-vice-ministro colombiano se encarregou de excluir os demais competidores - como titular do Instituto Nacional de Concessões - para entregar a obra à Odebrecht (Janine Costa/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 09h50.

O ex-vice-ministro de Transportes da Colômbia Gabriel García Morales, que ocupou o cargo durante o governo de Álvaro Uribe, foi detido nesta quinta-feira sob a acusação de receber subornos da Odebrecht, informou a Procuradoria.

"A Procuradoria tem evidências de que o senhor García recebeu 6,5 milhões de dólares para garantir que a Odebrecht fosse selecionada" para um contrato rodoviário, disse o procurador-geral, Néstor Humberto Martínez, em entrevista coletiva.

García Morales é o primeiro detido na Colômbia no caso Odebrecht, e teria facilitado o acesso do grupo à construção do setor 2 da Estrada do Sol, um trajeto de mais de 500 km ligando o centro do país ao Caribe. O contrato foi firmado em janeiro de 2010, durante o governo de Álvaro Uribe, e segue em execução.

Segundo os investigadores, García se encarregou de excluir os demais competidores - como titular do Instituto Nacional de Concessões - para entregar a obra à Odebrecht.

"Os pagamentos para se vencer a concorrência (...) foram executados pela Odebrecht no Brasil, através do departamento de Operações Estruturais do grupo".

Nas próximas horas, García será denunciado por corrupção passiva, enriquecimento ilícito e prevaricação.

Odebrecht indenizará Estado

Martínez revelou que o grupo brasileiro solicitou um princípio de acordo "com o objetivo de colaborar com o processo e obter imunidade".

A Promotoria condicionou o acordo ao pagamento de 32 bilhões de pesos (10,9 milhões de dólares) como reparação aos danos causados à administração pública colombiana, o que foi aceito pela Odebrecht.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, já havia solicitado nesta quinta-feira ao Ministério Público a aceleração das investigações sobre eventuais subornos a funcionários colombianos por parte da Odebrecht.

"Pedimos ao Ministério Público que acelere as investigações", disse o mandatário em entrevista à Rádio Caracol, destacando que o ente acusador "fez um trabalho muito importante" sobre o caso.

"Necessito que investiguem se alguém do meu governo recebeu suborno para poder metê-lo na cadeia o mais rápido possível", disse Santos.

O presidente admitiu que na Cúpula das Américas de 2015, celebrada no Panamá, se encontrou com o presidente da Odebrecht, no que qualificou de reunião comum com investidores.

Em dezembro, a Colômbia anunciou o cancelamento dos contratos, em que se comprovem atos de corrupção da Odebrecht.

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