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Colômbia manterá relações com Venezuela, mas não reconhece reeleição de Maduro

Países fazem fronteira e relação está estremecida desde a eleição realizada em julho de 2024

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 10 de janeiro de 2025 às 09h46.

O governo da Colômbia reafirmou nesta quinta-feira que manterá relações diplomáticas com a Venezuela, mas enfatizou, um dia antes da posse presidencial no país vizinho, que não endossa os resultados oficiais que consideram Nicolás Maduro o vencedor das eleições de 28 de julho do ano passado.

"Devido ao estreito relacionamento econômico, comercial, social, cultural, humanitário e de segurança que afeta os cidadãos de ambos os países, a Colômbia decidiu responsavelmente manter relações bilaterais com a Venezuela, o que não significa um endosso dos resultados das eleições", declarou o ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, em comunicado.

O ministro explicou que "essas não foram eleições livres", pois o processo "não ofereceu garantias" e os resultados nunca foram publicados, conforme exigido pelo governo colombiano para reconhecer a vitória de Maduro.

"Sem atas (de votação) públicas e transparentes, a Colômbia não reconhece os resultados eleitorais na Venezuela", enfatizou Murillo.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores comentou que "a Colômbia promove uma diplomacia responsável e estratégica, com o objetivo de construir relações que sejam sustentáveis ao longo do tempo e que atendam aos interesses nacionais".

Por essa razão, o governo acredita que fechar a fronteira e romper relações com a Venezuela, como aconteceu no passado e como foi exigido por diferentes setores, "não tem utilidade".

"É fácil romper relações e fechar fronteiras. A coisa responsável a fazer é considerar o impacto de longo prazo sobre as pessoas e realmente buscar soluções para os problemas subjacentes", acrescentou.

Murillo insistiu que o governo venezuelano deve respeitar os direitos da oposição e expressou sua "profunda preocupação e rejeição às crescentes e graves alegações de violações dos direitos humanos".

O presidente colombiano, Gustavo Petro, confirmou que não comparecerá à posse de Maduro nesta sexta-feira e afirmou que as eleições não foram livres por vários motivos, razão pela qual seu país não pode reconhecê-las, algo que Murillo enfatizou na noite passada.

A Colômbia será representada na posse pelo embaixador em Caracas, Milton Rengifo, algo que também rendeu inúmeras críticas ao governo de Petro, já que alguns consideram sua atitude ambígua por não reconhecer os resultados das eleições que deram a vitória a Maduro e, ao mesmo tempo, enviar um representante à posse.

Venezuela e Colômbia compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros com sete departamentos colombianos e quatro estados venezuelanos, onde residem cerca de 12 milhões de pessoas.

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