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Colômbia instala Comissão da Verdade sobre o conflito com as Farc

Grupo durará três anos e analisará mais de 50 anos de tensões entre ex-guerrilha e o governo do país sula-americano

Farc: organização de comissão faz parte do compromisso do acordo de paz entre o governo colombiano e a ex-guerrilha. assinado no final de 2016 (John Vizcaino/Reuters)

Farc: organização de comissão faz parte do compromisso do acordo de paz entre o governo colombiano e a ex-guerrilha. assinado no final de 2016 (John Vizcaino/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de maio de 2018 às 16h06.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, instalou nesta terça-feira a Comissão da Verdade, como parte do acordo de paz assinado com a ex-guerrilha das FARC para esclarecer o que aconteceu em mais de meio século de conflito armado.

"Esta comissão vai ajudar neste processo de construção da paz, ajudar a curar as feridas acumuladas ao longo de mais de 50 anos de conflito", declarou o presidente na Casa Nariño.

"A verdade de 53 anos de conflito armado nunca será conhecida em sua totalidade, é impossível", mas a comissão tentará esclarecer "todas as mentiras que produziram 53 anos de guerra", acrescentou.

A comissão terá 11 membros (seis homens e cinco mulheres), que foram eleitos por representantes das Nações Unidas, da Corte Europeia de Direitos Humanos, da Justiça colombiana e de universidades públicas do país.

Entre eles estão sociólogos, jornalistas, médicos, economistas, padres e advogados.

O organismo será presidido pelo padre jesuíta Francisco de Roux, reconhecido na Colômbia por seu trabalho em defesa dos direitos humanos.

A tarefa será a de "esclarecer" e "reconhecer as vítimas de todos os lados, dignificar as vítimas como cidadãos e reconhecer responsabilidades coletivas, institucionais e da sociedade como um todo por ações e omissões", disse Roux.

O governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) acordaram este mecanismo como parte de seu compromisso com a verdade, justiça e reparação às vítimas consagrados no acordo de paz assinado no final de 2016 que desarmou e transformou em um partido político a guerrilha.

Sem competência para julgar, a Comissão da Verdade durará três anos e entrará em vigor em novembro.

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