Acordo: a Colômbia reiterou "que não haverá impunidade", e que "estão fazendo os ajustes necessários" para cumprir "os padrões internacionais" (Mario Tama/Getty Images)
AFP
Publicado em 22 de março de 2017 às 17h50.
O governo da Colômbia e a guerrilha das Farc devem reconhecer sua responsabilidade no conflito armado que durou meio século, ressaltou em um relatório o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos nesta quarta-feira.
"Continua vigente o desafio do Estado e das Farc de reconhecer plenamente sua responsabilidade nas violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário no passado, de tal forma que satisfaça os direitos das vítimas", sustentou a ONU.
O gabinete do Alto Comissariado apresentou nesta quarta-feira suas recomendações para que o processo de paz assinado na Colômbia ocorra "com base nos padrões internacionais de direitos humanos".
"Amplos setores oficiais e políticos ainda negam que agentes do Estado tenham planejado graves violações, inclusive nos casos que o presidente reconheceu oficialmente a responsabilidade do Estado", destacou o documento.
O governo colombiano, por meio de sua embaixadora em Genebra, Beatriz Londoño Soto, reiterou "que não haverá impunidade", e que "estão fazendo os ajustes necessários" para cumprir "os padrões internacionais" e "com o acordado" para "tornar visíveis os benefícios da paz".
O Conselho de Direitos Humanos da ONU é composto por 47 países, eleitos mediante voto secreto da Assembleia Geral, segundo uma distribuição equitativa por regiões do planeta.
Atualmente é presidido por El Salvador, em nome da América Latina e do Caribe, grupo que dispõe de oito cadeiras - Brasil, Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador, Panamá, Paraguai e Venezuela.