Acordo de paz: Farc e governo estão debatendo reforma agrária, drogas e outros temas importantes (John Vizcaino / Reuters)
EFE
Publicado em 8 de novembro de 2016 às 08h05.
Bogotá - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, afirmou nesta segunda-feira que as equipes de negociação do governo e as Farc alcançaram em Havana (Cuba), avanços importantes nas discussões sobre reforma agrária, luta contra as drogas e reparação das vítimas para alcançar um novo acordo de paz.
"Nós tratamos de pontos difíceis, como sabem os colombianos, mas com clareza de propósito e com a boa vontade dos dois lados, há avanços muito importantes", afirmou Santos, em um discurso televisionado, a partir da Casa de Nariño, sede do Executivo.
De acordo com o presidente, "já são cinco dias completos, com sessões de trabalho de mais de 12 horas cada uma, onde abordaram boa parte dos problemas identificados".
O governo nacional e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) assinaram, no dia 26 de setembro, em Cartagena, um acordo de paz depois de quase quatro anos de negociações em Havana para acabar com o conflito.
No entanto, a opção de "não" apoiar o texto final do acordo venceu no referendo realizado no dia 2 de outubro, por isso Santos precisou convocar os adversários para chegar a um consenso e seguir o processo de paz com a guerrilha mais antiga da América.
Durante semanas, Santos recebeu as propostas dos porta-vozes do "não", entre eles os ex-presidentes Andrés Pastrana e Álvaro Uribe Vélez, que apresentaram um total de 500 propostas de alteração do acordo que foram condensadas em 57 temas discutidos desde a última quinta-feira com a guerrilha.
De acordo com o presidente, sobre a reforma rural, terras e desenvolvimento agrário, as partes em Havana "fizeram ajustes" para respeitar a propriedade privada e dar prioridade para as zonas mais afetadas pelo conflito.
Além disso, em relação a luta contra as drogas ilícitas "fizeram mudanças que respondem as propostas recebidas durante este último mês", no sentido de "combater com firmeza o tráfico e oferecer alternativas reais de desenvolvimento jurídico para as comunidades rurais envolvidas".
Finalmente, temos "nos aproximados com as Farc sobre a questão muito difícil de justiça e reparação das vítimas", afirmou Santos, apontando que, embora "o trabalho tenha sido muito intenso, a disposição é boa e o ambiente aberto na busca de entendimentos e acordos".