Mundo

Colômbia e ELN ampliam cessar-fogo por seis meses

No texto, com data de 5 de fevereiro, a última guerrilha ativa da Colômbia também se compromete a abandonar as ações de sequestro

"O ELN, para contribuir com o desenvolvimento do CFBNT, suspende de forma unilateral e temporária as retenções de caráter único" (AFP/AFP Photo)

"O ELN, para contribuir com o desenvolvimento do CFBNT, suspende de forma unilateral e temporária as retenções de caráter único" (AFP/AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 08h57.

O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) anunciaram nesta terça-feira, 6, em Havana um acordo para prorrogar por seis meses o cessar-fogo bilateral, que está em vigor desde 4 de agosto.

"Concordamos em prorrogar a partir das 00:00 horas do dia 6 de fevereiro de 2024, por cento e oitenta (180) dias, o Cessar-Fogo Bilateral, Nacional e Temporário (CFBNT)", afirma o documento divulgado pelas duas partes em suas contas na rede social X (ex-Twitter).

No texto, com data de 5 de fevereiro, a última guerrilha ativa da Colômbia também se compromete a abandonar as ações de sequestro.

"O ELN, para contribuir com o desenvolvimento do CFBNT, suspende de forma unilateral e temporária as retenções de caráter único", afirma o acordo assinado por Vera Grave, coordenadora da delegação colombiana, e por Pablo Beltrán, líder da delegação da guerrilha.

Durante a quinta rodada de negociações de paz celebrada em dezembro no México, o ELN já havia expressado a intenção de suspender os sequestros em troca da cobrança de resgates.

O acordo no México ajudou a superar a crise provocada pelo sequestro, em 28 de outubro, do pai do astro do futebol colombiano Luis Díaz, atacante do Liverpool inglês, que foi libertado 12 dias depois.

O governo de Cuba, sede das negociações, convocou para esta terça-feira a cerimônia de encerramento da VI rodada de negociações, que começou em Havana em 22 de janeiro.

As negociações complexas levaram as duas delegações a adiar na segunda-feira o encerramento do ciclo de negociações que pretendia ampliar a trégua, que expirou oficialmente em 29 de janeiro.

Na manhã de segunda-feira, o ELN explicou em um comunicado que estavam sendo adotadas "medidas para resolver fatores de crise e agregar novos elementos de compromisso a serem respeitados por ambas as partes".

Na semana passada, o governo e o ELN já haviam concordado em prorrogar por sete dias a trégua, para dar tempo às negociações que pretendiam prorrogar por mais um semestre a trégua.

As negociações rotativas de paz com o ELN, que, segundo números oficiais, conta com mais de 5.000 membros, tiveram início em Caracas, em novembro de 2022, sob a liderança do presidente Gustavo Petro, que lançou um plano de Paz Total com grupos rebeldes e organizações do narcotráfico.

Seu antecessor, Iván Duque (2018-2022), suspendeu as conversas com o ELN após um atentado contra um centro de formação de policiais.

A Colômbia enfrenta seis décadas de conflito armado, que já deixou 9,5 milhões de vítimas, entre deslocados, assassinados, sequestrados e desaparecidos.

Acompanhe tudo sobre:Colômbia

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia