Mundo

Colômbia diz que sem armas Farc poderão fazer política

A afirmação foi feita como resposta a um fórum social que está sendo realizado em Bogotá sobre a participação política dos guerrilheiros após possível acordo


	Humberto de la Calle: "é útil que o Estado amplie a participação e consolide um estatuto que garanta os direitos da oposição", disse
 (©AFP / Jorgen Braastad)

Humberto de la Calle: "é útil que o Estado amplie a participação e consolide um estatuto que garanta os direitos da oposição", disse (©AFP / Jorgen Braastad)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2013 às 13h56.

Havana - Os negociadores do governo da Colômbia no diálogo com as Farc afirmaram nesta segunda-feira que "sem armas o Estado oferece as garantias necessárias" para que a guerrilha "se incorpore à democracia".

"É útil que o Estado amplie a participação e consolide um estatuto que garanta os direitos da oposição", disse em Havana o chefe da delegação governamental, Humberto de la Calle, em uma declaração lida para a imprensa antes de reunião com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

A afirmação foi feita como resposta a um fórum social que está sendo realizado em Bogotá sobre a participação política dos guerrilheiros das Farc se for alcançado um acordo de paz com o governo.

Trata-se de um cenário "pluralista, ordenado e útil", disse o chefe da equipe negociadora. De la Calle que encorajou os cidadãos a participarem do fórum e argumentou que o evento trará contribuições para as negociações de paz.

O chefe negociador frisou que "nem governo nem guerrilha participam do" fórum e que sua finalidade é "coletar" as propostas e opiniões dos cidadãos e das distintas organizações sociais.

Por sua parte, os negociadores das Farc enviaram uma saudação a todos os participantes do fórum organizado pela ONU e a Universidade Nacional da Colômbia, em Bogotá.


Por meio de um comunicado, a guerrilha disse que entende a participação política como participação cidadã com caráter decisório para a construção de uma democracia plena.

"Trata-se é de gerar um ambiente jurídico e político que possibilite" aos colombianos "exercer seu sagrado direito e dever de construir uma pátria grande e justa onde caibamos todos", afirmou a nota.

As Farc criticam o sistema político e eleitoral colombiano, que segundo sua opinião está "podre, infestado de corrupção, armadilhas, fraude, clientelismo e compra de votos".

O fórum será encerrado amanhã, quando se tornarão públicas sua conclusões, que serão levadas para as delegações do governo e das Farc em Havana, em Cuba.

O grupo guerrilheiro e o governo de Juan Manuel Santos retomaram na semana passada em Havana o diálogo para tentar pôr fim ao conflito colombiano, processo que está no oitavo ciclo de conversas e atualmente procura encerrar o debate sobre a questão agrária, o primeiro ponto da agenda de negociação. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaFarcPolítica

Mais de Mundo

Israel e Hezbollah estão a poucos dias de distância de um cessar-fogo, diz embaixador israelense

Exportações da China devem bater recorde antes de guerra comercial com EUA

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, é eleito presidente do Uruguai

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai