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Colômbia cria comissão histórica sobre conflito armado

Comissão conta com 12 especialistas, todos eles procedentes do mundo acadêmico, e mais dois relatores


	Negociações com as Farc: grupo terá seu primeiro encontro de trabalho na próxima semana
 (Luis Robayo/AFP)

Negociações com as Farc: grupo terá seu primeiro encontro de trabalho na próxima semana (Luis Robayo/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 17h22.

Havana - A mesa de diálogos de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) constituiu nesta quinta-feira em Havana a Comissão Histórica do Conflito Armado e suas Vítimas, com o objetivo de oferecer uma visão multilateral, plural e neutra sobre a violência armada no país.

A comissão conta com 12 especialistas, todos eles procedentes do mundo acadêmico, mais dois relatores, que se ocuparão propriamente da elaboração do relatório final, apoiados na documentação que apresentem os intelectuais da comissão, que contarão com quatro meses para elaborar um relatório a respeito.

Estes dois relatores são Eduardo Pizarro, atual embaixador da Colômbia na Holanda e autor de vários textos sobre a história das Farc, e Víctor Manuel Moncayo, ex-reitor da Universidade Nacional.

Os membros da comissão, pactuados pelas duas delegações de paz que participam das conversas de Havana desde novembro de 2012, são Renan Vega, Francisco Gutiérrez, Darío Fajardo, Sergio de Zubiría, María Emma Wills, Vicente Torrijos, Jaime Estrada, Alfredo Molano, Jorge Giraldo, Gustavo Duncán, Carlos Fajardo e Daniel Pecaut.

O grupo terá seu primeiro encontro de trabalho na próxima semana, mas desenvolverão a maior parte de seu trabalho de maneira individual e terão reuniões periódicas para discutir os textos produzidos, explicou Pizarro em entrevista coletiva.

"Como acadêmicos, nossas contribuições não responderão a critérios políticos. Serão independentes. Por isso não se vai produzir uma verdade, nem uma versão oficial", acrescentou Torrijos, analista político e jornalista.

Segundo disse, o objetivo é "refletir a pluralidade e diversidade de opiniões que há na sociedade colombiana sobre o conflito", motivo pelo qual o "destinatário último" do relatório elabora será o cidadão.

Por sua vez, María Emma Wills também esclareceu que o papel da comissão não será recopilar evidências sobre as responsabilidades no conflito armado, o que corresponderia à futura Comissão da Verdade, mas se ocuparão de "propor fios interpretativos que facilitem a compreensão e o entendimento sobre o conflito".

As conversas de paz entre o governo colombiano e as Farc começaram na capital cubana em novembro de 2012.

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