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Colômbia comparece às urnas para eleições legislativas

As Farc são agora um partido, que estreia em eleições, mas que tem pequena representação garantida no próximo Parlamento bicameral

O ACORDO DE PAZ: a agricultura e a pecuária estão entre as atividades que devem ganhar corpo com o fim da guerra civil no país  / John Vizcaino/ Reuters (John Vizcaino/Reuters)

O ACORDO DE PAZ: a agricultura e a pecuária estão entre as atividades que devem ganhar corpo com o fim da guerra civil no país / John Vizcaino/ Reuters (John Vizcaino/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de março de 2018 às 11h09.

Os colombianos comparecem às urnas neste domingo para escolher um novo Congresso, que pode ter como maioria a direita contrária ao acordo de paz com as Farc, a guerrilha que abandonou as armas para virar um partido político.

Esta é a primeira vez em 50 anos que os milhões de eleitores do país votarão sem a ameaça dos grupos rebeldes.

As Farc são agora um partido (Força Alternativa Revolucionária do Comum), que estreia em eleições, mas que que tem uma pequena representação garantida no próximo Parlamento bicameral.

Sem chances de acordo com as pesquisas, o grupo abandoou esta semana a disputa presidencial em consequência do delicado estado de saúde de seu líder e candidato, Rodrigo Londoño (Timochenko).

"É a primeira vez em meio século que votaremos em paz, sem as Farc como grupo armado, e sim como partido político, sobre isto tratava o processo de paz", destacou o presidente Juan Manuel Santos.

As eleições acontecem em meio à trégua unilateral do Exército de Libertação Nacional (ELN), com o qual Santos também tenta negociar a paz.

A jornada eleitoral marca o início da campanha para a votação de 27 de maio, que escolherá o sucessor do presidente liberal de centro-direita.

As legislativas podem ter como protagonistas os partidos de direita, liderados pelo ex-presidente e senador Álvaro Uribe.

As pesquisas projetam o triunfo do Centro Democrático, partido de Uribe, e de outros movimentos que prometem modificar o acordo assinado com as Farc no fim de 2016.

O ex-presidente se perfila como um dos senadores mais votados e, caso as projeções sejam confirmadas, a direita passará a ter maioria no Congresso.

Embora dificilmente teria condições de mudar de modo substancial o acordo de paz, a vitória de Uribe e seus potenciais aliados gera incerteza sobre a implementação do sistema de justiça definido com a ex-guerrilha para atender centenas de milhares vítimas da guerra.

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