Atentado: pré-candidato Miguel Uribe foi ferido por tiros (Raul Arboleda/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 8 de junho de 2025 às 15h58.
A Colômbia procurava neste domingo, 8, em uma operação com mais de 100 investigadores da polícia, os autores intelectuais do atentado a tiros contra o pré-candidato à Presidência Miguel Uribe, submetido a uma cirurgia após ser gravemente ferido.
Durante um evento público em um bairro popular de Bogotá no sábado, 7, o senador de 39 anos foi atingido por três disparos, segundo os paramédicos.
Ele foi levado para uma clínica em estado crítico e passou por uma cirurgia durante a madrugada. O prefeito da capital, Carlos Fernando Galán, afirmou que Uribe enfrenta "horas críticas" de recuperação para garantir sua sobrevivência.
O centro médico que atendeu o senador informou em um comunicado que ele "está na UTI para garantir a estabilização pós-operatória".
"O estado é de máxima gravidade e o prognóstico é reservado", destacou a clínica.
Um adolescente de 15 anos foi detido como suspeito, mas as autoridades ainda não determinaram os autores intelectuais do ataque. Não eram conhecidas ameaças públicas contra Uribe, um crítico veemente da esquerda, das guerrilhas e dos grupos de narcotráfico que operam no país.
Mais de 100 policiais participam nas investigações para esclarecer a motivação do ataque ao político, anunciou o ministro da Defesa, Pedro Sánchez.
"Mais de 100 investigadores da nossa Polícia Nacional foram enviados juntamente com a Procuradoria Geral da República e toda a comunidade de inteligência para descobrir o mais rápido possível quem estava por trás desses eventos", disse o ministro da Defesa, Pedro Sánchez, após uma reunião com o presidente Gustavo Petro, ministros e comandantes seniores da polícia e do exército.
Petro pediu no sábado uma investigação minuciosa que comece pelos seguranças de Uribe, pois "todas as hipóteses estão abertas".
O adolescente acusado de atirar contra o senador foi ferido em uma perna durante um tiroteio com membros da equipe de segurança de Uribe.
Ele está hospitalizado e "em condições já muito favoráveis", acrescentou o ministro da Defesa, que considera que o menor de idade foi "instrumentalizado" por "criminosos" para executar o atentado.Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que um jovem que aparece de costas saca uma arma. Uribe cai após ser aparentemente atingido na cabeça.
Outras imagens o mostram deitado sobre um veículo, com o corpo ensanguentado e apoiado por um grupo de homens.
Em outubro do ano passado, Uribe anunciou a pré-candidatura à Presidência em 2026, no pleito que definirá o sucessor de Gustavo Petro, de quem é um dos maiores opositores. A campanha presidencial ainda não começou, mas vários políticos já iniciaram seus comícios.
Uribe pertence ao Centro Democrático, o principal movimento de direita do país, que ainda não definiu seu candidato.
Manifestações foram convocadas em algumas cidades, como Bogotá, Medellín e Cali, para repudiar o ataque contra Uribe.
Vários organismos internacionais, como a ONU, e países da região e da Europa expressaram repúdio ao atentado.
O Departamento de Estado americano, país aliado da Colômbia na luta contra o narcotráfico, atribuiu o ataque à "retórica violenta da esquerda" e pediu a Petro que "modere seu discurso incendiário".
A mensagem, emitida pelo secretário de Estado, Marco Rubio, abre um novo capítulo na disputa entre o governo dos Estados Unidos e Petro, que chamou esse tipo de acusação de "oportunista".
O presidente afirmou em um discurso que é prioritário "cuidar da vida" do suposto atirador para evitar que ele seja assassinado para não delatar seus cúmplices.
Uribe, membro de uma família de longa tradição política, é senador desde 2022. Antes, ele foi secretário de Governo de Bogotá e vereador da cidade. Também foi candidato à prefeitura, mas perdeu a eleição em 2019.
Sua mãe, Diana Turbay, foi uma renomada jornalista sequestrada por ordem do narcotraficante Pablo Escobar. Ela morreu durante uma operação militar de resgate em 1991.