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Colapso político na Grécia evidencia insatisfação com políticas de rigor

Um membro do partido conservador Nova Democracia afirmou que seu partido está em "primeiro lugar" nas apurações

Bandeiras da UE e da Grécia (Yannis Behrakis/Reuters)

Bandeiras da UE e da Grécia (Yannis Behrakis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2012 às 09h49.

São Paulo - Ambos os partidos pró-austeridade gregos - PASOK (socialista) e da Nova Democracia (direita) -, que formam o governo de coalizão desde novembro de 2011, entraram em colapso nas eleições parlamentares deste domingo - já encerradas -, evidenciado a grande insatisfação popular com relação às medidas de austeridade.

Os dois principais partidos do país reuniram juntos entre 31 e 37% dos votos, contra 77,4% obtidos em 2009, de acordo com as primeiras sondagens.

Caso esses dados se confirmem, a perda de apoio popular tornará quase impossível a formação de um novo governo de coalizão que mantenha a austeridade ditada pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os números iniciais refletem as enormes críticas à política de austeridade que tem dominado o país. O pequeno partido da esquerda radical, Syriza, por exemplo, recebeu entre 15,5 e 18,5% dos votos, segundo as mesmas pesquisas.

Com isso, o Syriza se aproximou do PASOK, que deve receber algo entre 14 e 17% dos votos, contra 44% na eleição parlamentar de 2009.

Um membro do partido conservador Nova Democracia afirmou que seu partido está em "primeiro lugar" nas apurações.

"Somos o maior partido, é claro", disse Panos Panayotopoulos à rede Mega TV. A Nova Democracia é apontada com 17 a 20% dos votos.

"Não devemos considerar a sondagem como o resultado final, pois ela é apenas um retrato momentâneo do cenário político", disse o analista político Ilias Nikolakopoulos, em canal de televisão Mega.

O porta-voz dos socialistas, Fofi Gennimata, também recomenda esperar pelos resultados finais para "proteger a coesão social e a imagem do país no exterior".

O neonazista Chryssi Avghi (Amanhecer Dourado) deve entrar no Parlamento com algo entre 6 e 8% dos votos, contra 0,29% obtido na última eleição.

Cerca de 9,8 milhões de eleitores votaram para renovar o Parlamento grego nesta eleição, que determinará o futuro do país na zona do euro.

Depois da votação, o atual primeiro-ministro Lucas Papademos tentou dissipar a ameaça de instabilidade política, afirmando sua confiança na formação de um governo "esta semana".

Ilustrando o clima excepcional, que prevaleceu durante toda a campanha, 30 neonazistas invadiram seis assembleias de voto atenienses durante o dia, onde eles se envolveram em intimidações contra ativistas de esquerda.

A polícia confirmou dois incidentes, atribuídos ao pequeno grupo Amanhecer Dourado, que entrou no Parlamento pela primeira vez na história moderna do país, de acordo com as prévias.

Este partido neonazista, conhecido por seus ataques contra os imigrantes, denunciou o Protocolo de Intenções assinado pela Grécia com seus credores, e rejeita o pagamento da dívida pública. A chegada do partido ao Parlamento chocou muitos eleitores devido ao fato de o país ter sofrido com a ocupação nazista na ditadura militar de 1967 a 1974.

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