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COI lança manual de conduta em casos de assédio e abuso

As medidas propostas pelo manual entrarão em vigor já nos Jogos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em 2018

Pessoas correndo - corrida (Sandra Mu/Getty Images)

Pessoas correndo - corrida (Sandra Mu/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 11h38.

Praga, República Checa - O Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou nesta sexta-feira a criação de um manual de conduta para comitês olímpicos nacionais dos países associados que visa garantir a proteção dos seus atletas diante de possíveis casos de assédio e abuso sexual que possam ocorrer ou ter ocorrido em suas carreiras.

A iniciativa do COI atende ao anseio dos atletas, revelado em um fórum de atletas internacionais ocorrido em 2015. O manual é o último item de uma série de medidas doGrupo de Prevenção de Abuso e Assédio (PHAS, em inglês) junto às comissões de atletas, médicos e cientistas da máxima entidade olímpica, que atuaram em colaboração com os comitês olímpicos nacionais, a Federação Internacional e organizações externas de apoio e proteção aos atletas.

O manual está disponível na página oficial do Comitê Olímpico Internacional. Ele foi baseado em guias já existentes sobre o tema e tem ainda um "passo a passo" com recomendações médicas e de exposição, tendo como ponto central as políticas específicas de proteção na organização de competições e, ainda, oferece possíveis soluções para os casos junto ao movimento olímpico.

O manual foi lançado na cidade de Praga, na República Checa, em um evento da assembleia da Associação de Comitês Olímpicos Nacionais (ANOC, em inglês). O presidente do COI, Thomas Bach, e o chefe do PHAS da entidade, Prince Feisal, estiveram presentes.

"O manual espera fornecer soluções e orientações para as entidades esportivas baseado no conhecimento e expertise de todos ao redor do mundo", explicou Feisal. "Seguindo as orientações deste manual, esperamos que todas as organizações esportivas implementem políticas e procedimentos que sejam efetivos e tenham um impacto a longo prazo no bem estar dos atletas", completou.

Bach, que foi atleta olímpico, seguiu na mesma linha, demonstrando apoio aos esportistas para que denunciem casos ocorridos em suas carreiras. "Como um ex-atleta, as vozes e preocupações dos atletas ressoam em mim", afirmou. "Elogiamos a coragem deles em falar sobre incidentes de assédio e abuso sexual, e nós os apoiamos em suas iniciativas. A segurança e o bem estar deles é primordial para o COI e o movimento olímpico. É responsabilidade de todos nós manter os atletas seguros e proteger os seus direitos".

As medidas propostas pelo manual entrarão em vigor já nos Jogos de Inverno de Pyeongchang, na Coreia do Sul, em 2018, seguindo e ampliando uma medida tomada ainda antes, na Olimpíada do Rio-2016, quando uma central foi montada pela organização do evento para atender possíveis denúncias feitas pelos atletas.

No Brasil, o caso de abuso mais conhecido do público foi o da nadadora Joanna Maranhão, assediada por um ex-técnico quando era criança. Após um período de trauma psicológico que culminou até em uma aposentadoria precoce, ela retomou a carreira e hoje é uma das principais vozes do esporte do País na luta contra abusos sexuais de todo tipo, principalmente entre esportistas.

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