A Coca afirmou que fornecerá mais informações sobre as novas mudanças em sua linha de produtos, com a introdução do açúcar de cana. A mudança, no entanto, não se resume apenas ao uso de um novo adoçante. Ela representa um desafio considerável, envolvendo não só um aumento nos custos de produção, mas também uma reestruturação complexa da cadeia de suprimentos. Isso porque o xarope de milho com alto teor de frutose e o açúcar de cana têm fontes de produção distintas, o que exigirá ajustes na logística e nos processos produtivos da companhia.
Estudos apontam que, caso a Coca-Cola decida adotar o açúcar de cana em larga escala, os custos poderiam ultrapassar US$ 1 bilhão, segundo a Reuters. Além disso, a empresa terá de revisar todo o processo de rotulagem e produção para refletir a mudança de adoçante em suas bebidas. Essa transição também exigiria um grande investimento na reformulação de produtos e ajustes na produção em diferentes mercados.
Enquanto a Coca-Cola se prepara para lançar a nova versão adoçada com açúcar de cana, a PepsiCo sinalizou, segundo a Reuters, que poderá seguir a mesma tendência caso haja demanda por parte dos consumidores. Porém, a mudança de HFCS para açúcar de cana pode ter um impacto negativo significativo na agricultura dos Estados Unidos. Os produtores de milho, uma das maiores culturas agrícolas do país, enfrentariam uma queda na demanda por seu produto, o que poderia resultar em uma perda de receita substancial, afetando negativamente as comunidades rurais dependentes dessa produção, aponta a Reuters.
Coca-Cola com cana já é realidade no Brasil
A Coca-Cola já utiliza açúcar de cana em diversos mercados internacionais, especialmente fora dos Estados Unidos, como no México, Brasil, Reino Unido e Austrália.
No México, a versão conhecida como "Coca-Cola mexicana" ou "MexiCoke" é feita tradicionalmente com açúcar de cana. A variação mexicana se tornou tão popular que é importada para os Estados Unidos, onde é vendida em garrafas de vidro, sendo considerada por muitos consumidores como tendo um sabor mais natural.
No Brasil, o açúcar de cana é o principal adoçante utilizado na Coca-Cola. O mesmo ocorre em regiões como o Reino Unido e a Austrália, onde a bebida também é adoçada com esse açúcar, diferindo das versões que utilizam HFCS, comuns em outros lugares.
A Coca-Cola utiliza tanto o açúcar de cana quanto o de beterraba, dependendo da região. Em Portugal, por exemplo, a bebida é adoçada com uma combinação desses dois tipos de açúcar, o que pode variar de acordo com a disponibilidade local. Em outros mercados, como no Japão e na Europa, a escolha do tipo de açúcar depende de fatores econômicos e logísticos.