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Coalizão internacional reduz avanço dos rebeldes no Iêmen

Aproveitando a situação caótica no país, a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) assumiu o controle de parte de Mukala, capital de Hadramut


	Local atacado pela Al Qaeda no Iraque: aproveitando a situação caótica na Arábia, ela assumiu o controle de capital
 (Ako Rasheed/Reuters)

Local atacado pela Al Qaeda no Iraque: aproveitando a situação caótica na Arábia, ela assumiu o controle de capital (Ako Rasheed/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2015 às 12h27.

A intervenção militar coordenada pela Arábia Saudita no Iêmen provocou a redução no ritmo de avanço dos rebeldes xiitas e de seus aliados no país, onde a Al-Qaeda aproveitou o caos para ganhar espaço no sudeste.

Submetidos pelo nono dia aos intensos bombardeios noturnos da coalizão, desta vez em Áden (sul), os rebeldes e seus aliados, militares leais ao ex-presidente Ali Abdallah Saleh, foram obrigados a abandonar o palácio presidencial, onde haviam entrado na quinta-feira.

Depois de deixar o edifício, eles retornaram para Khor Maksar, um bairro próximo que passaram a controlar durante a semana, onde 12 milicianos morreram em um ataque na noite de quinta-feira.

"Os milicianos huthis e seus aliados se retiraram antes do amanhecer do palácio de Al-Maashiq, que haviam tomada na véspera, depois dos ataques aéreos da coalizão", declarou à AFP uma fonte do governo local, que pediu anonimato.

Os comitês populares, uma força paramilitar que apoia o presidente Abd Rabo Mansur Hadi, iniciaram uma ofensiva contra os rebeldes depois que os insurgentes assumiram o controle do palácio, o último símbolo do Estado que ainda não estava dominado pelos huthis.

Uma fonte das forças de segurança confirmou à AFP o recuo dos rebeldes no palácio presidencial. A agência estatal havia informado que as tropas leais a Hadi expulsaram os rebeldes do complexo presidencial.

Armas e mantimentos de paraquedas

Ao mesmo tempo os combates prosseguiam de maneira intermitente nos bairros próximos do palácio presidencial e do aeroporto de Áden, que foi bombardeado à noite por navios de guerra.

Também durante a noite, a coalizão árabe lançou de paraquedas sobre o porto Áden mantimentos e remédios para os moradores da cidade, que sofrem uma grande carestia de produtos de primeira necessidade. Também foram lançadas armas e munições.

Em Riad, o general Ahmed Asiri, porta-voz da coalizão afirmou à imprensa que a situação na cidade é estável.

"As milícias huthis não controlam nenhum edifício governamental em Áden", disse.

Diante do avanço dos rebeldes, o presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi abandonou Áden em 26 de março e se refugiou na Arábia Saudita, o mesmo dia em que este país iniciou a campanha aérea contra os rebeldes.

"Jihad contra os xiitas"

Em duas semanas, com o avanço dos xiitas até Áden, os combates deixaram 519 mortos e quase 1.700 feridos, segundo a secretária de operações humanitárias da ONU, Valerie Amos, que afirmou estar "extremamente preocupada" com a segurança dos civis.

Aproveitando a situação caótica no país, a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) assumiu o controle de parte de Mukala, capital de Hadramut, uma província do sudeste do Iêmen, um dia depois de um ataque contra uma prisão desta localidade que permitiu a libertação de 300 detentos.

Mais de 200 insurgentes armados avançaram pelo centro e nos bairros da zona oeste da cidade, onde instalaram postos de controle com a bandeira preta da rede extremista, segundo os habitantes.

Após a entrada na cidade, membros da AQPA convocaram nas mesquitas uma "jihad contra os xiitas", confirmando o risco de uma guerra religiosa no país pobre da península arábica.

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