Mundo

Coalizão bombardeia Líbia e explosões são ouvidas em Trípoli

Agência oficial do governo acusou as forças de terem atacado um bairro residencial e matado civis

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 10h38.

Trípoli - A coalizão internacional deu prosseguimento nesta quinta-feira aos bombardeios aéreos na Líbia pelo sexto dia consecutivo, com explosões ouvidas em Trípoli e disparos de baterias antiaéreas, após o anúncio da neutralização da aviação militar de Muamar Kadhafi.

Durante a madrugada foram ouvidos disparos antiaéreos e fortes explosões na capital líbia.

A coalizão já havia bombardeado Trípoli na noite de quarta-feira. Uma forte explosão atingiu uma base do Exército líbio na região de Tajura, 32 km ao leste da capital.

A agência oficial líbia Jana acusou a coalizão de ter atacado um bairro residencial e provocado um número importante de mortes entre os civis nos ataques da noite de quarta-feira.

A aviação francesa realizou um ataque contra uma base aérea líbia situada a 250 km do litoral, na noite de quarta, anunciou nesta quinta-feira o Estado-Maior francês à imprensa.

O ataque foi realizado com mísseis Scalp disparados por patrulhas de Rafales e Mirages 2000-D, declarou o coronel Thierry Burkhard, porta-voz do Estado Maior, sem precisar a localização exata da base.

A coalizão, que afirma ter neutralizado a aviação militar de Kadhafi, atacou na quarta-feira as tropas terrestres de Kadhafi, sobretudo en Misrata.

Entre as localidades bombardeadas estava a cidade de Sebha, 750 km ao sul de Trípoli, informou à AFP um habitante dessa cidade.

Sebha é reduto da tribo Guededfa, da qual faz parte o coronel Muamar Kadhafi, e abriga uma importante base militar.


A coalizão internacional liderada por Estados Unidos, França e Grã-Bretanha "continuará com os ataques aéreos alvos militares na Líbia", declarou o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé.

"O objetivo é proteger a população civil", completou o chanceler. Ao ser questionado se os disparos da coalizão afetaram civis, Juppé, respondeu que o que aconteceu foi "exatamente o contrário".

O ministro francês disse ainda que seu país é favorável a entregar à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a responsabilidade da supervisão da zona de exclusão aérea na Líbia.

A missão exata da Otan ainda está sendo debatida. Uma reunião dos 28 países membros da organização está programada para esta quinta-feira.

O governo da França considera que para o comando militar da operação é mais simples utilizar os maiores Estados da Otan.

A França insiste, no entanto, que a liderança política não deve ficar com a Otan, e sim com um grupo de contato, integrado pela própria França, Estados Unidos, Grã-Bretanha e os países participantes na operação.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, informou que espera a participação de mais países árabes na operação militar na Líbia. Até o momento o Qatar foi o único Estado árabe a oferecer aviões de guerra para a manutenção da zona de exclusão aérea.

O presidente Barack Obama é objeto de muitas críticas no Congresso pela participação dos Estados Unidos na operação militar na Líbia sem a divulgação do custo e da estratégia de saída.

Seis navios da Otan apoiados pela aviação começaram a patrulhar as costas da Líbia, informou a Aliança Atlântica, que também supervisiona o embargo de armas contra o regime de Kadhafi.

O coronel Kadhafi, no poder há 42 anos, enfrenta desde 15 de fevereiro uma revolta que já deixou centenas de mortos e mais de 300.000 desabrigados.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDitaduraGuerrasLíbia

Mais de Mundo

Após G20, Brasil assume Brics em novo contexto global

Guerra na Ucrânia chega aos mil dias à espera de Trump e sob ameaça nuclear de Putin

Eleição no Uruguai: disputa pela Presidência neste domingo deverá ser decidida voto a voto

Eleições no Uruguai: candidato do atual presidente disputa com escolhido de Mujica