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Clima e biocombustíveis ameaçam segurança alimentar, diz FAO

Preços elevados e voláteis dos alimentos são uma preocupação mundial cada vez maior, e em parte também estimularam os protestos na Tunísia e no Egito este ano

Choques recentes de preço provocados pelo clima extremo e pelo uso cada vez maior de grãos para produzir energia têm causado grande preocupação, disse a FAO

Choques recentes de preço provocados pelo clima extremo e pelo uso cada vez maior de grãos para produzir energia têm causado grande preocupação, disse a FAO

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2011 às 11h04.

Milão - A mudança climática, trazendo enchentes e estiagens, a demanda crescente por biocombustíveis e políticas nacionais para proteger o mercado interno poderão aumentar o preço dos alimentos e ameaçar a segurança alimentar no longo prazo, alertou a Organização das Nações Unidas (ONU).</p>

Os preços elevados e voláteis dos alimentos são uma preocupação mundial cada vez maior, e em parte também estimularam os protestos que derrubaram os governantes da Tunísia e do Egito este ano. Os impactos dos protestos são sentidos pelo norte da África e no Oriente Médio, da Argélia ao Iêmen.

Períodos de instabilidade de preço não são uma novidade para a agricultura, mas os choques recentes de preço provocados pelo clima extremo e pelo uso cada vez maior de grãos para produzir energia têm causado grande preocupação, disse a FAO, braço da ONU para agricultura e Alimentação (FAO).

"Há temores de que a volatilidade de preço esteja aumentando", disse a FAO no relatório Estado dos Alimentos e da Agricultura, publicado na segunda-feira.

A influência cada vez maior do mercado de commodities e as "respostas contraproducentes da política protecionista (aos preços elevados) podem exacerbar a volatilidade do mercado internacional e colocar em risco a segurança alimentar mundial", diz o documento.

A FAO, que tem sede em Roma, já advertiu os países produtores de alimentos contra a introdução de limites de exportação para proteger os mercados locais, à media que os preços dos alimentos no mundo pressionam para além dos níveis que deflagraram as violentas revoltas em 2007 e 2008.

O preço global dos alimentos atingiu um recorde de alta em fevereiro. Na semana passada, a FAO advertiu que novas altas no preço do petróleo e a realização de estoques pelos importadores que tentam evitar levantes atingiriam os já voláteis mercados de cereais.

Estima-se que o preço dos alimentos aumente nos próximos dez anos e permaneça na média em níveis acima dos da década passada, disse a agência na segunda-feira.

É necessária uma ação coordenada internacional para garantir a segurança do abastecimento de alimentos, incluindo uma melhora na regulação e na transparência do mercado, assim como estatísticas sobre o mercado de commodities de alimentos, o estabelecimento de estoques de emergência e o fornecimento de redes de segurança, disse a FAO.

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