Em 200 anos de história, Sheinbaum será a primeira presidente mulher do México (Cristopher Rogel Blanquet/Getty Images)
Redator na Exame
Publicado em 3 de junho de 2024 às 05h36.
Última atualização em 3 de junho de 2024 às 10h27.
Em um marco histórico para o país, Claudia Sheinbaum venceu as eleições presidenciais do México, tornando-se a primeira mulher a ocupar a presidência em seus 200 anos de história. As informações são da AP e Reuters.
"Eu serei a primeira mulher presidente do México", declarou Sheinbaum com um sorriso, em um hotel no centro da cidade, logo após as autoridades eleitorais anunciarem que uma amostra estatística mostrava uma liderança irreversível. "Não conquistei isso sozinha. Nós todas conseguimos, com nossas heroínas que nos deram nossa pátria, com nossas mães, nossas filhas e nossas netas.", afirmou em rápido discurso.
Sheinbaum enfatizou que as eleições pacíficas demonstram que o México é um país democrático. O presidente do Instituto Nacional Eleitoral revelou que Sheinbaum obteve entre 58,3% e 60,7% dos votos, de acordo com a amostra estatística. A candidata de oposição, Xóchitl Gálvez, ficou entre 26,6% e 28,6%, enquanto Jorge Álvarez Máynez obteve entre 9,9% e 10,8%. O partido de Sheinbaum, Morena, também deverá manter maiorias em ambas as câmaras do Congresso.
A cientista climática e ex-prefeita da Cidade do México afirmou que seus dois concorrentes ligaram para ela e reconheceram a vitória. A contagem preliminar oficial colocava Sheinbaum 28 pontos à frente de Gálvez, com quase 50% das urnas apuradas.
O fato de que as duas principais candidatas eram mulheres deixou claro que o México faria história neste domingo (2). Além disso, Sheinbaum será a primeira pessoa de origem judaica a liderar o país, predominantemente católico.
O México junta-se agora a uma lista de 11 nações latino-americanas que são ou foram governadas por mulheres: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, El Salvador, Haiti, Honduras, Nicarágua e Panamá.
Na manhã de segunda-feira (3), a candidata de oposição, Xóchitl Gálvez, reconheceu a derrota em sua campanha presidencial. Gálvez afirmou que os resultados "não estão a meu favor" e que ligou para a vencedora projetada, Claudia Sheinbaum, para conceder a vitória.
Gálvez, crítica contundente de Sheinbaum e de seu mentor político, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que continuará a "defender a democracia", que segundo ela está em risco sob o populista. Ela disse a Sheinbaum: "Vejo o México com muita dor e violência."