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Circo na China amarra tigre ameaçado para público tirar selfie

No vídeo perturbador, crianças e adultos sentam-se sobre o dorso do animal, que aparenta estar completamente dopado; veja

 (iqiyi/Reprodução)

(iqiyi/Reprodução)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de janeiro de 2017 às 11h36.

Última atualização em 12 de janeiro de 2017 às 11h54.

São Paulo - Um vídeo perturbador divulgado na plataforma digital chinesa iQiya mostra funcionários de um circo local amarrando cruelmente um tigre siberiano a uma mesa de metal para que as pessoas possam tirar fotos com o animal, que se encontra na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Na sequência, crianças e adultos sobem na mesa e sentam-se sobre o dorso do animal, que aparenta estar completamente dopado. Segundo o site Mashable, na China o deus da riqueza é frequentemente retratado sentado em tigres, e o ato é associado com a divindade.

No vídeo, uma criança pequena que posa para a foto diz, conforme tradução do site, "estou com medo, estou com medo", e um treinador responde: "Não é legal sentar em um tigre? [Ele] Pode mantê-lo longe do diabo e fazê-lo ganhar promoções e riqueza".

Não está claro quem filmou a cena, mas o vídeo foi amplamente compartilhado online, chamando a  atenção de usuários da web e de grupos defensores dos direitos dos animais.

https://www.youtube.com/watch?v=-MMac1p8XX8

O grupo ambientalista PETA UK condenou o comportamento cruel praticado pelos treinadores do circo.

"Nenhum tigre trocaria a liberdade pelo cativeiro, ser enjaulado, dominado, amarrado, chicoteado e usado como suporte para uma foto nojenta", disse em entrevista ao Daily Mail, Elisa Allen, diretora da entidade.

"A única maneira de fazer esses caçadores altamente inteligentes e poderosos posar para a câmera é mantê-los sob constante ameaça de punição, intimidá-los e restringi-los".

De acordo com o WWF, os tigres siberianos eram encontrados por todo o Extremo Oriente da Rússia, norte da China e da península coreana. Na década de 1940, porém, a caça levou o animal à beira da extinção, restando não mais de 40 indivíduos na natureza.

A subespécie só foi salva depois que a Rússia resolveu conceder proteção total ao tigre e também graças aos esforços de conservação de entidades ambientais. Na década de 1980, a população de tigres havia aumentado para cerca de 500, mas a espécie ainda é considerada em risco.

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