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Cinzas de Fidel se unem às de Che em peregrinação por Cuba

Cinzas do líder revolucionário partiram de Havana na quarta-feira para um percurso pela ilha que terminará na cidade colonial de Santiago de Cuba

Che Guevara pintado em rua cubana: cinzas de Fidel repousarão ao lado das do seu companheiro revolucionário (Enrique De La Osa/Reuters)

Che Guevara pintado em rua cubana: cinzas de Fidel repousarão ao lado das do seu companheiro revolucionário (Enrique De La Osa/Reuters)

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Reuters

Publicado em 1 de dezembro de 2016 às 09h28.

Santa Clara - Os restos mortais do líder revolucionário Fidel Castro chegaram nesta quinta-feira a Santa Clara, no centro de Cuba, onde repousarão durante uma noite junto às de seu companheiro revolucionário Ernesto "Che" Guevara, como parte da peregrinação por todo o país semelhante à que ambos realizaram durante a revolução de 1959.

As cinzas de Fidel, que morreu na sexta-feira aos 90 anos, partiram de Havana na quarta-feira para um percurso de quatro dias pela ilha que terminará na cidade colonial de Santiago de Cuba, no sul do país.

Milhares de cubanos emocionados se reuniram na quarta-feira nas cidades de Matanzas, Cienfuegos e, na madrugada desta quinta-feira, em Santa Clara para dar o último adeus ao homem que governou durante quase meio século, erigindo um regime comunista a poucos quilômetros de seu inimigo ideológico, Estados Unidos.

"Este é um lugar sagrado nosso porque aqui repousa o Che, e agora Fidel vai passar a noite junto a seu companheiro de luta", disse Pedro Pineda, funcionário de uma processadora de carne de Santa Clara, 280 quilômetros ao leste de Havana, onde um memorial com uma estátua homenageia o guerrilheiro cubano-argentino que se converteu em um ícone da revolução.

Vários jovens fizeram um espetáculo musical no qual foram interpretadas canções do compositor cubano Silvio Rodríguez, enquanto um telão gigante mostrava imagens de momentos distintos de Fidel com seu uniforme verde oliva.

O percurso com os restos de Fidel irá reproduzir, em sentido inverso, a "caravana da liberdade" que empreenderam da cidade de Santiago de Cuba, no extremo oriental da ilha, a Havana os guerrilheiros barbudos comandados pelo falecido líder e que terminou com a deposição do ditador Fulgencio Batista em 1959.

"Eu sou Fidel!", gritavam os cubanos ao longo do caminho para se despedirem de seu Comandante, cujas cinzas iam em uma urna negra coberta com a bandeira cubana e cercada de flores brancas sobre uma caminhoneta militar, parte do cortejo fúnebre que continuará a jornada rumo à província de Sancti Spíritus nesta quinta-feira.

Uma vez finalizado o trajeto de quase mil quilômetros, os restos de Fidel repousarão no cemitério Santa Ifigenia, perto da tumba de um de seus grandes inspiradores: o herói da independência cubana, José Martí.

Desde sua morte, Fidel recebeu homenagens emocionadas em Cuba e em vários países da região, enquanto aqueles que o consideravam um ditador comemoraram sua partida, sobretudo na cidade norte-americana de Miami, cerca de 150 quilômetros ao norte.

Há quem tema que a aproximação que o presidente dos EUA, Barack Obama, não conseguiu concluir esfrie com a chegada do republicano Donald Trump à Casa Branca em janeiro.

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