Mundo

Cinegrafistas que filmaram a própria morte

Em 2011, dois homens morreram enquanto registravam cenas dos conflitos nos países árabes

Cinegrafista da Band morto no Rio: filmar é tão perigoso quanto participar dos conflitos (Reprodução)

Cinegrafista da Band morto no Rio: filmar é tão perigoso quanto participar dos conflitos (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2011 às 08h38.

São Paulo – Filmar cenas de um conflito pode ser tão perigoso quanto participar diretamente da luta. Em 2011, durante as revoltas que varreram os países árabes, pelo menos dois casos semelhantes ao de Gelson da Silva, cinegrafista da rede Bandeirantes, morto no último domingo no Rio de Janeiro ao filmar um tiroteio, foram registrados.

Em agosto, um cinegrafista que registrava cenas do ataque rebelde às forças de Muammar Kadafi, na Líbia, morreu ao ser atingido por um tiro. As imagens capturadas foram veiculadas pelo site Liveleak.com, e depois divulgadas no Youtube.

yt thumbnail

Em setembro, no Iêmen, um jornalista envolvido na cobertura dos conflitos foi atingido na cabeça enquanto filmava um confronto entre grupos rebeldes e o exército republicano. O disparo foi feito por um atirador de elite. 

O cinegrafista, que trabalhava para uma emissora de televisão saudita, chegou a ser socorrido, mas morreu horas depois, no hospital. Após o incidente, um colega do jornalista pegou a câmera do chão e continuou filmando o tiroteio.

yt thumbnail

Histórico
Em 1973, o cinegrafista argentino Leonardo Henrichsen morreu em circunstâncias muito parecidas com as do caso de Gelson da Silva. Ele filmava uma onde de revoltas militares no Chile que ocorreram na época das revoltas que derrubaram o então presidente do país, Salvador Allende.

As imagens mostram ao menos dois oficiais do exército chileno olhando na direção de Henrichsen e atirando. Um dos disparos atinge o cinegrafista, que cai e é socorrido por um colega que o acompanhava na cobertura. A história do cinegrafista foi contada no documentário "Aunque me cueste la vida" (Mesmo que me custe a vida), de 2009.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:ÁfricaCrimeIêmenLíbiaViolência urbana

Mais de Mundo

França estreia novo governo com giro à direita

Trump diz que é 'muito tarde' para outro debate com Harris nos EUA

Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico

Milei viaja aos EUA para participar na Assembleia Geral da ONU pela 1ª vez