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Ciganos criticam criminalização pelo caso "anjo loiro"

O presidente do Conselho de Ciganos Alemães lamentou a criminalização e a estigmatização de sua comunidade pelo tratamento midiático do caso do "anjo loiro"


	Cartaz com imagem da menina que estava desaparecida, conhecida como "anjo loiro": menina de 5 anos foi encontrada junto a família cigana na Grécia
 (John Kolesidis/Reuters)

Cartaz com imagem da menina que estava desaparecida, conhecida como "anjo loiro": menina de 5 anos foi encontrada junto a família cigana na Grécia (John Kolesidis/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 10h38.

Berlim - O presidente do Conselho de Ciganos Alemães, Romani Rose, lamentou nesta terça-feira a "criminalização" e a "estigmatização" de sua comunidade pelo tratamento midiático do caso do "anjo loiro", a menina de 5 anos encontrada junto a uma família cigana na Grécia.

Durante uma entrevista coletiva em Berlim com o presidente do Centro de Pesquisa sobre antissemitismo, Wolfgang Benz, Rose criticou a cobertura midiática de um caso em que "toda a minoria (cigana) na Alemanha e Europa sofreu" e lamentou suas consequências.

"Na Sérvia, skinheads atacaram uma família cigana porque tinha um filho loiro; na Irlanda várias crianças também foram separados de seus pais pela polícia" devido à cor de seu cabelo, disse Rose.

Inclusive, "algumas crianças ciganas foram perguntados por colegas de classe se eles também tinham sido roubados ou eram filhos biológicos", acrescentou.

Por sua vez, Benz lembrou que os preconceitos contra os ciganos existem desde a Idade Média, quando o desaparecimento de crianças era atribuído majoritariamente aos judeus e aos ciganos.

Além disso, lamentou que ainda ainda, quando uma criança loira é encontrada em uma família cigana "em seguida surge a dedução de que a criança não pertence a essa família, que é roubada".

Benz reprovou a imprensa que rapidamente e sem provas falou da "libertação" da menina, ao separá-la da família cigana. A reação obedece, segundo ele, aos "preconceitos racistas" que a comunidade cigana continua suportando.

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