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Ciclone Idai foi "alarme" sobre mudança climática, diz ONU

O ciclone Idai, que provocou enchentes enormes depois de atingir Moçambique em 14 de março, já matou ao menos 686 pessoas

Ciclone Idai atinge Mozambique (Siphiwe Sibeko/Reuters)

Ciclone Idai atinge Mozambique (Siphiwe Sibeko/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de março de 2019 às 16h55.

Beira — A passagem mortífera do ciclone Idai deixou cerca de 1,85 milhão de pessoas precisando de assistência em Moçambique, uma catástrofe que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, classificou nesta terça-feira como "mais um alarme sobre os perigos da mudança climática".

Guterres descreveu o Idai, que derrubou casas e provocou enchentes enormes depois de atingir Moçambique perto do porto de Beira em 14 de março, como "uma tempestade anormalmente feroz e prolongada".

O ciclone ainda avançou sobre o Zimbábue e Maláui, matando ao menos 686 pessoas nos três países do sul africano. Em Moçambique, o mais assolado, dezenas de milhares de lares foram destruídos e centenas de milhares de pessoas foram deslocadas ao longo de uma área de cerca de 3 mil quilômetros quadrados - quase o tamanho de Luxemburgo.

"Ao menos um milhão de crianças precisam de assistência urgente, e este número pode muito bem crescer. Tememos que vilarejos inteiros tenham sido arrasados em locais que ainda não alcançamos", disse Guterres aos repórteres na ONU.

Há relatos de que um bilhão de dólares de infraestrutura foram destruídos, acrescentou.

Embora cientistas observem que eventos climáticos isolados não possam ser atribuídos à mudança climática, também dizem que o aquecimento global está causando episódios mais extremos de chuvas e tempestades, ondas de calor sufocantes, colheitas cada vez menores e uma escassez de água cada vez maior em todo o mundo.

O recuo das águas das enchentes em Moçambique está permitindo mais acesso às áreas afetadas e uma avaliação melhor do quanto as pessoas perderam.

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