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Ciclone Batsirai deixa seis mortos em Madagascar e milhares de deslocados

O ciclone tropical tocou solo em Madagascar com ventos de 165 km/h e rajadas de até 235 km/h

Aos 90 minutos da chegada do ciclone, as autoridades contabilizaram quase 27.000 pessoas que abandonaram suas casas (Henitsoa Rafalia/Anadolu Agency/Getty Images)

Aos 90 minutos da chegada do ciclone, as autoridades contabilizaram quase 27.000 pessoas que abandonaram suas casas (Henitsoa Rafalia/Anadolu Agency/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de fevereiro de 2022 às 12h04.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2022 às 19h30.

Ao menos seis pessoas morreram e cerca de 48.000 foram deslocadas em Madagascar com a passagem do ciclone Batsirai, que tocou solo na noite de sábado nesta ilha do oceano Índico, informou neste domingo (6) a Agência de Gestão de Desastres do país.

Paolo Emilio Raholinarivo, diretor de gestão de riscos da Agência, informou o número de mortos e sua localização em uma mensagem de texto enviada à AFP, sem fornecer maiores detalhes. Um balanço oficial contabilizou 47.888 deslocados.

Este ciclone tropical, que tocou solo em Madagascar com ventos de 165 km/h e rajadas de até 235 km/h, perdeu força, mas continua gerando receio de enchentes devido às chuvas torrenciais, informou neste domingo o instituto de meteorologia.

"Há medo de enchentes localizadas ou generalizadas após as fortes chuvas", mas Batsirai deveria "sair para o mar no canal de Moçambique na parte norte de Atsimo Andrefana pela tarde ou noite", acrescentou esta fonte.

Após ter provocado chuvas torrenciais durante dois dias na ilha francesa de Reunion, Batsirai tocou solo no sábado às 20h00 horas (14h00 em Brasília) no distrito de Mananjary, a mais de 530 quilômetros ao sudeste da capital Antananarivo.

chuva, afirmou Fabien, cujos serviços prepararam alimentos, medicamentos e locais de refúgio.

Os habitantes se prepararam com os recursos que possuem na ilha, um dos países mais pobres do mundo, que já foi afetada pela tempestade tropical mortal Ana em janeiro e que desde sexta-feira foi atingida pelo vento e pelas chuvas contínuas.

Ana, que também afetou o Malawi, Moçambique e Zimbábue, causou uma centena de mortos (56 deles em Madagascar) e dezenas de milhares de afetados.

Cozinhando com água suja

Na cidade costeira de Vatomadry (leste), mais de 200 pessoas se refugiaram em um quarto de um prédio de concreto de propriedade chinesa. As famílias dormiam em tapetes ou colchões.

Um funcionário local, Thierry Louison Leaby, lamentou a falta de água potável depois que a empresa de água cortou o abastecimento antes do ciclone.

"As pessoas estão cozinhando com água suja", disse preocupado, temendo um surto de diarreia. "O governo tem que nos ajudar. Não nos deram nada", reclamou.

O impacto do ciclone Batsirai em Madagascar deveria ser "considerável", inclusive nas áreas que ainda se recuperam da tempestade Ana, alertou na sexta-feira um porta-voz da Escritório Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU, Jens Laerke.

A diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA) para Madagascar, Pasqualina Di Sirio, declarou que antecipava uma "crise importante" na ilha, onde o ciclone poderia afetar mais de 600.000 pessoas, entre elas 150.000 deslocados.

A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Meio Crescente Vermelho (FICR), cujas "equipes e sócios" locais estão "em alerta e mobilizados nas comunidades", estimou que um total de 4,4 milhões de pessoas estão ameaçadas de alguma forma pelo ciclone.

Todo ano, durante a temporada de ciclones (de novembro a abril), cerca de dez tempestades ou ciclones atravessam o sudoeste do oceano Índico de leste a oeste.

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